Um ano antes de sua morte, o fotógrafo refletiu sobre sua trajetória e a inevitabilidade da morte, declarando: “Só me falta morrer agora. Tenho 50 anos de carreira e completei 80 anos. Estou mais perto da morte do que de outra coisa.” Ele admitiu que, apesar de contar os anos, ainda se sentia energizado e disposto a continuar trabalhando, sempre em busca de novas histórias para contar através de suas fotografias.
Salgado não se preocupava com como seria lembrado após sua partida. Para ele, a vida estava nas fotos e essas imagens falariam por sua obra. Em uma ocasião, ele estava prestes a inaugurar uma exposição retrospectiva em Londres, reunindo 50 de suas obras mais representativas, cada uma um marco importante em sua jornada como fotógrafo.
Ele também recebeu um prêmio pela World Photography Organisation, que reconheceu sua contribuição ao mundo da fotografia. Em suas palavras, isso simbolizava “o prêmio pelo trabalho de uma vida”. Durante a exposição, Salgado mencionou que cada uma das imagens expostas trazia consigo um pedaço de sua identidade e experiências.
O artista se via mais como um narrador do que como um artista. “Um fotógrafo tem o privilégio de estar onde as coisas acontecem. O reconhecimento como artista é algo que prefiro deixar de lado, pois meu papel é ser um emissário da sociedade da qual faço parte”, afirmou, enfatizando a importância de seu trabalho.
A perda de Sebastião Salgado deixa um vazio imenso no mundo da fotografia, mas seu legado permanecerá vivo, ecoando através de cada imagem que captura a condição humana e a beleza do nosso planeta.