O CFM ressalta que a situação tem saído do controle, com um aumento progressivo no número de queixas a cada ano. Em 2023, o recorde foi batido, com 3,9 mil casos registrados, indicando uma média de 11 boletins de ocorrência por dia. Os tipos de violência mais comuns incluem ameaça, injúria, desacato, lesão corporal e difamação, sendo que 47% dos registros são contra mulheres. Além disso, há relatos de mortes suspeitas de médicos dentro de estabelecimentos de saúde.
Os casos de violência contra médicos são mais frequentes em municípios do interior, representando 66% do total. Os autores dos atos violentos são predominantemente pacientes, familiares de pessoas atendidas e desconhecidos, mas também há registros de violência cometida por colegas de trabalho, como enfermeiros, técnicos, servidores e outros profissionais da saúde.
São Paulo é o estado com o maior número de registros de violência contra médicos, respondendo por 26% do total no país. A capital registrou quase metade dos casos, sendo que 45% dos ataques ocorreram dentro de hospitais. Outros estados como Paraná e Minas Gerais também apresentam altos índices de violência contra profissionais da saúde.
O CFM orienta os médicos a registrarem ocorrência na delegacia mais próxima em casos de ameaça, além de informar as diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar e apresentar dados dos envolvidos e testemunhas. Em casos de agressão física, é importante comparecer à delegacia, registrar boletim de ocorrência e comunicar o fato às diretorias da unidade hospitalar para que seja providenciado outro médico para assumir as atividades. A violência contra médicos é um problema grave que precisa ser enfrentado com medidas efetivas de proteção e segurança no ambiente de trabalho.