Campanha Alerta para a Violência Contra a Mulher e Prevenção de Queimaduras
Com a temática "Violência contra a Mulher" e o poderoso slogan "Marcas no Corpo, Feridas na Alma", a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) intensifica a consciência pública sobre a prevenção de queimaduras, direcionando o foco para o crescente problema da violência contra mulheres que envolve métodos brutais que causam ferimentos por queimaduras.
Neste 6 de junho, que marca o Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras, a SBQ lança anualmente a campanha Junho Laranja. A iniciativa visa não apenas informar a população sobre os riscos associados a queimaduras, mas também alertar as autoridades sobre a gravidade e as consequências dessas ocorrências. Segundo dados revelados pela SBQ, as queimaduras se configuram como uma das situações mais severas no setor de saúde, resultando em dor intensa, hospitalizações prolongadas e, em casos extremos, morte.
Embora as notificações sobre violência contra a mulher sejam alarmantemente baixas, os casos reportados têm demonstrado um crescimento preocupante. Uma pesquisa conduzida por uma enfermeira da SBQ apontou que, na Região Sudeste, mais de 47% dos casos de violência resultantes em queimaduras ocorreram entre 2018 e 2019. Os dados revelam que o rosto é, frequentemente, a parte mais atingida, seguida do tórax, indicando que esses atos de violência visam não apenas ferir, mas desfigurar as vítimas.
A coordenadora da Unidade de Queimados do Hospital Geral de Vila Penteado em São Paulo, Elaine Tacla, enfatiza a importância de promover uma educação preventiva, já que cerca de 1 milhão de brasileiros sofrem queimaduras anualmente, e aproximadamente 80% desses incidentes poderiam ser evitados. Casos de queimaduras que ocorrem devido a tentativas de feminicídio frequentemente envolvem o uso de agentes inflamáveis, com o intuito de prejudicar a autoimagem das mulheres, deixando marcas permanentes.
Estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam para aproximadamente 180 mil mortes anuais por queimaduras, a maioria em países de baixa e média renda. Além disso, as queimaduras não fatais resultam em hospitalizações prolongadas e incapacidades permanentes, com cerca de 11 milhões de novos casos que requerem atenção médica a cada ano.
Para prevenir esses acidentes, orientações práticas incluem evitar o contato com líquidos quentes e substâncias inflamáveis, além de garantir a segurança das crianças em ambientes domésticos. Em caso de queimaduras, é essencial acionar tratamentos adequados imediatamente e garantir que a vítima receba cuidados médicos urgentes quando necessário.
Desta forma, a SBQ não apenas busca conscientizar a sociedade sobre os riscos das queimaduras, mas também lança um alerta sobre a necessidade urgente de se combater a violência contra as mulheres, promovendo um espaço de cuidado e prevenção.








