Essa vacina de RNA mensageiro conta com o sequenciamento genético de todos os subtipos de influenza A e B, e demonstrou indução de anticorpos para 20 cepas diferentes por pelo menos quatro meses após a vacinação. Além disso, vacinas específicas contra o vírus da gripe aviária já foram produzidas e estão disponíveis em estoques de emergência em cerca de 20 países, conforme mencionado por Mônica Levi.
No Brasil, o Instituto Butantan está desenvolvendo um imunizante que também tem mostrado resultados promissores nos testes realizados em animais. Em conjunto com a Fiocruz, o instituto busca a autorização da Anvisa para iniciar os testes em humanos e assim avançar na produção de uma vacina própria no país.
A presidente da SBIm ressalta a importância de o Brasil desenvolver sua própria vacina para não depender de empresas estrangeiras, tendo em vista a capacidade do vírus da gripe aviária de sofrer mutações e se adaptar rapidamente para infectar diferentes organismos, o que poderia levar a uma potencial pandemia.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2003 foram registrados 969 casos de infecções por gripe aviária em humanos, com uma letalidade superior a 50%. No entanto, a proporção de morte em relação aos casos vem diminuindo desde 2015. A contaminação em humanos ocorre especialmente após o contato com animais infectados, e os surtos em aves e mamíferos continuam aumentando.
No Brasil, o primeiro caso de gripe aviária foi confirmado em maio de 2023, e até o momento foram registrados 166 focos da doença. Diante desse cenário, o Ministério da Agricultura e Pecuária prorrogou o estado de emergência zoossanitária por mais 180 dias. É fundamental manter a vigilância e o desenvolvimento de estratégias para prevenir uma possível pandemia de gripe aviária.