SAÚDE –

São Paulo registra duas mortes por intoxicação por metanol; alerta é feito sobre consumo de bebidas alcoólicas contaminadas

No último sábado, o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado de São Paulo revelou um cenário alarmante: desde junho, o estado registrou duas mortes por intoxicação por metanol, sendo uma em São Bernardo do Campo e outra na capital paulista. Ao todo, foram confirmados seis casos de intoxicação pela substância. O CVS ainda anunciou que atualmente há dez casos em investigação, todos com suspeitas vinculadas ao consumo de bebidas contaminadas na cidade de São Paulo.

O metanol, que é uma substância líquida incolor e inflamável, é amplamente utilizado em diversos processos industriais, como a fabricação de combustíveis, plásticos, tintas e medicamentos. Trata-se de um composto com alto potencial de intoxicação; apenas pequenas doses podem acarretar sérias consequências à saúde e até mesmo levar à morte. O CVS, por meio de uma nota, orientou que os estabelecimentos, como bares e restaurantes, adotem medidas rigorosas para garantir a procedência dos produtos. A recomendação é que os consumidores optem por bebidas de fabricantes legalizados, que apresentem rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando assim produtos de origem duvidosa que possam resultar em intoxicações severas.

Em adição a esse contexto, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad) emitiu um alerta após a notificação de casos de intoxicação em um intervalo de apenas 25 dias, todos relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) de Campinas, referência em toxicologia no estado, recebeu nove notificações sobre esses eventos.

Historicamente, o Ciatox tem relatado casos de intoxicação por metanol decorrentes do consumo indevido de combustíveis, frequentemente associados a contextos de abuso de substâncias, especialmente entre pessoas em situação de vulnerabilidade. Contudo, os registros recentes mostram que tais intoxicações ocorreram em contextos sociais de consumo de álcool, como em bares, com diferentes tipos de bebidas, como gin, whisky e vodka, caracterizando uma nova e preocupante tendência.

A Senad reforçou a gravidade dessa situação, alertando para os riscos de surtos epidêmicos que podem resultar de episódios de adulteração de bebidas, afetando principalmente grupos populacionais vulneráveis e exigindo uma resposta rápida por parte das autoridades sanitárias. O chamado é para que todos, desde os comerciantes até os consumidores, intensifiquem a vigilância e os cuidados em relação à qualidade dos produtos que estão sendo consumidos.

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