Durante a entrevista, Lewandowski enfatizou a necessidade de identificar a origem desse metanol. Ele mencionou que se o material for proveniente de combustível fóssil, a reação da polícia e das autoridades competentes seguirá um caminho diferente do que seria necessário se a origem for de produtos agrícolas. Essa diferenciação é crucial para que a atuação repressiva possa ser eficaz e dirigida aos reais responsáveis pela adulteração das bebidas.
Além disso, o ministro não descartou a hipótese de que o crime organizado possa estar envolvido nas falsificações de bebidas alcoólicas, que têm resultado em um aumento significativo dos casos de intoxicação por metanol em todo o Brasil. Essa questão se tornou especialmente crítica em São Paulo, estado que registra o maior número de incidentes e mortes ligadas ao consumo de bebidas adulteradas. Em contrapartida, o governador paulista, Tarcísio de Freitas, se manifestou, afirmando que não há ligações diretas entre as contaminações por metanol e organizações criminosas.
Para combater essa problemática, Lewandowski anunciou uma intenção de intensificar o controle sobre sites dedicados à venda de rótulos, lacres, tampas e garrafas, elementos frequentemente utilizados nas práticas de falsificação. Essa iniciativa deve contar com a colaboração da Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Agricultura e da Receita Federal.
Por fim, o ministro comunicou a formação de um comitê informal, que contará com a participação da sociedade civil para articular ações de combate à crise das bebidas contaminadas por metanol. A proposta é que esse comitê não apenas enfrente os responsáveis pela adulteração, mas também promova boas práticas no setor de bebidas e rápidas soluções para frear a ameaça representada por tais produtos.