Outro dado alarmante apontado na pesquisa é que, dentre as médicas que denunciaram as situações de assédio, apenas 11% viram resultados em suas queixas. Isso revela uma falha no sistema de suporte e proteção a essas profissionais, tornando ainda mais difícil o processo de denúncia e busca por justiça. A pesquisa também apontou que pouco mais de 10% das médicas levaram suas denúncias às autoridades policiais ou ao Judiciário, e somente 5% viram suas queixas investigadas ou os responsáveis serem punidos.
Maria Rita Mesquita, médica e membro da Associação Médica Brasileira, uma das coordenadoras da pesquisa, ressaltou a importância de dar voz às mulheres médicas e ouvir suas dificuldades de forma mais atenta. Ela apontou que além do assédio e preconceito, as médicas enfrentam outras barreiras como excesso de trabalho, dupla jornada, baixa remuneração e condições precárias de trabalho. Para Maria Rita, é essencial criar grupos de discussão e ações para apoiar e dar visibilidade a essas questões.
A pesquisa foi realizada por meio de plataforma online, contando com a participação de mais de 1,4 mil médicas de todo o Brasil. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais, o que reforça a representatividade dos resultados. Diante desse cenário, a Associação Médica Brasileira disponibiliza um canal de denúncias para as médicas, que oferece orientação jurídica sobre como proceder diante das situações de assédio e discriminação.
Os resultados dessa pesquisa revelam a urgência de medidas efetivas para garantir a segurança e o respeito às mulheres médicas no ambiente de trabalho. A sociedade, as instituições de saúde e as autoridades precisam se unir para combater o assédio, o preconceito e todas as formas de violência contra as profissionais da saúde. É fundamental promover a igualdade de gênero e proporcionar um ambiente de trabalho seguro e acolhedor para todas as mulheres que atuam na medicina.









