SAÚDE – Pesquisa revela que rotina estressante e falta de acesso à saúde são obstáculos para cuidado masculino com a própria saúde

De acordo com a pesquisa A Saúde do Brasileiro, realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida em parceria com o QualiBest, 83% dos homens reconhecem a necessidade de cuidarem mais de sua própria saúde. No entanto, parcelas significativas ainda enfrentam obstáculos no dia a dia. Dos entrevistados, 51% apontaram a rotina estressante como o principal empecilho e 32% citaram o acesso à saúde como problema. A pesquisa contou com a participação de 815 pessoas, das quais mais da metade (52%) utiliza o Sistema Único de Saúde (SUS).

Um dado interessante revelado pela pesquisa é que 88% dos homens afirmaram ir ao médico pelo menos uma vez ao ano. Além disso, 84% deles são responsáveis por agendar suas próprias consultas, enquanto apenas 10% ainda dependem de suas companheiras para realizar essa tarefa. A presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, destacou que houve progresso nesse sentido ao longo dos anos, mas ainda existem regiões no Brasil onde o preconceito em relação ao cuidado com a saúde masculina é muito forte.

Marlene Oliveira ressaltou a importância de os homens se cuidarem e realizarem consultas médicas regularmente, uma vez que muitas vezes acabam agravando quadros de saúde que poderiam ser diagnosticados precocemente. Isso acaba sobrecarregando as redes de saúde, já que os tratamentos se tornam mais custosos em fases mais avançadas.

A pesquisa também revelou que 42% dos homens que participaram da pesquisa confessaram estar acima do peso indicado. Dentre esses, 31% apresentam sobrepeso de 6 a 10 quilos, enquanto 25% estão até 15 quilos acima do peso ideal. Além disso, a pesquisa apontou que 16% dos entrevistados realizaram tratamento para doenças cardíacas nos últimos 5 anos, 15% trataram a obesidade e 14% combateram doenças respiratórias. No entanto, apenas 3% passaram por algum tipo de tratamento contra o câncer.

Marlene Oliveira defende que a discussão sobre a saúde masculina precisa começar desde cedo, envolvendo tanto as famílias quanto o poder público. Assim como as meninas são educadas a se cuidar desde cedo, é necessário que os meninos também sejam instruídos sobre a importância de cuidar de sua saúde, para que não deixem de buscar ajuda médica quando necessário. É fundamental quebrar o estereótipo de que os homens não podem ter fragilidades e promover uma cultura de cuidado com a saúde masculina. A campanha Novembro Azul tem contribuído nesse sentido ao proporcionar orientação sobre a importância dos exames preventivos e diagnóstico precoce de doenças que afetam os homens.

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