SAÚDE –

Pesquisa Revela Que 25% dos Brasileiros Tiveram Pensamentos Suicidas em Seis Meses, Apontando Urgência na Saúde Mental

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) tem trazido à luz um panorama preocupante sobre a saúde mental da população brasileira. De acordo com os dados coletados, cerca de 25% dos entrevistados relataram terem vivido pensamentos suicidas nos seis meses que antecederam a pesquisa. O estudo, que abrangeu adultos de todas as idades em todas as regiões do Brasil, também revelou que mais da metade dos participantes manifestou um desejo de se isolar ou até mesmo desaparecer, o que aponta para uma crescente crise emocional em diversas camadas da sociedade.

A iniciativa visa reforçar a campanha de prevenção ao suicídio conhecida como Setembro Amarelo. Compreender os sentimentos de tristeza e desespero é essencial; o levantamento indicou que 25,2% dos participantes admitiram “não se sentir bem” no momento da coleta de dados, enquanto 30,9% se descreveram como tristes ou decepcionados, mas ainda mantendo um fio de esperança para mudanças positivas em suas vidas.

Em um aspecto positivo, a pesquisa também sugere um aumento na conscientização sobre a importância do cuidado com a saúde mental. Um dado encorajador é que 54,1% dos entrevistados afirmaram saber onde encontrar auxílio especializado, e 50,9% disseram já ter buscado tratamento com profissionais, como psiquiatras ou psicólogos. Entretanto, quando questionados sobre os serviços de saúde disponíveis, 31,6% indicaram que recorreriam ao Sistema Único de Saúde (SUS) caso precisassem de assistência, enquanto uma parte maior, 50,9%, optaria por atendimento particular. Isso levanta questões sobre o acesso e a percepção dos serviços públicos de saúde mental.

A necessidade de não enfrentar essas questões sozinho é fundamental. As orientações do Ministério da Saúde enfatizam que qualquer pessoa enfrentando tais pensamentos deve buscar apoio, seja entre amigos, familiares ou por meio de serviços de saúde. O Centro de Valorização da Vida (CVV), por exemplo, oferece um espaço seguro para conversas sobre crises emocionais, disponível 24 horas pelo telefone gratuito 188.

Esse cenário requer atenção coletiva. É essencial que a sociedade como um todo se envolva em discussões sobre saúde mental, combatendo estigmas e promovendo um ambiente de acolhimento e compreensão, onde buscar ajuda seja visto como uma atitude de coragem e não de fraqueza.

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