Mpox Retorna à Lista de Emergências em Saúde Pública Global: OMS em Alerta Máximo
Nesta quarta-feira (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou seu status sobre a mpox, classificando novamente a doença como uma emergência em saúde pública de importância internacional. Esta decisão foi anunciada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e reflete a crescente preocupação com a possibilidade de disseminação global e a aparição de uma nova variante mais letal do vírus.
A reclassificação da mpox para o mais alto nível de alerta segue a orientação de especialistas e autoridades sanitárias internacionais. Este é o maior nível de alerta segundo o regulamento sanitário internacional e reflete a gravidade da situação. Esta marca a oitava vez que a OMS eleva uma doença a esse status, sendo a segunda vez especificamente para a mpox – que anteriormente esteve na mesma classificação entre 2022 e 2023, em meio à propagação do vírus em diversos países.
A história das emergências em saúde pública declaradas pela OMS é repleta de eventos significativos. Em 2009, por exemplo, a OMS declarou emergência devido ao surto de H1N1, inicialmente conhecido como gripe suína. O vírus, que se originou no México, rapidamente se espalhou, atingindo diversos países, incluindo o Brasil, onde chegou em maio do mesmo ano.
Em 2014, a poliomielite foi novamente classificada como uma emergência de saúde pública. O vírus, altamente infeccioso, tem uma taxa de paralisação de uma em cada 200 infecções, geralmente afetando as pernas. Graças aos esforços globais, os casos de pólio diminuíram drasticamente de 350 mil em 1988 para apenas seis em 2021. No entanto, a doença ainda não foi completamente erradicada.
Outro evento de destaque foi o surto de Ebola entre 2013 e 2016, que afetou principalmente países da África Ocidental como Guiné, Libéria e Serra Leoa. O vírus, com uma taxa de letalidade de até 90%, causou milhares de mortes e levou a OMS a emitir um alerta global.
Em 2016, foi a vez do vírus Zika ser declarado uma emergência internacional após surtos de microcefalia em recém-nascidos, principalmente no Brasil. O vínculo entre Zika e malformações congênitas foi um dos fatores que levou a OMS a convocar uma resposta internacional coordenada ao vírus, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
A mais recente pandemia de COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, foi declarada uma emergência de saúde pública em janeiro de 2020, apenas um mês após os primeiros casos serem notificados em Wuhan, China. A doença rapidamente evoluiu para uma pandemia global, alterando drasticamente a vida em todo o mundo.
Em 2022, a mpox foi novamente listada como uma emergência de saúde pública devido ao aumento global de casos. A situação parecia estar sob controle até maio de 2023, quando a OMS alterou o status, apenas para reverter essa decisão mais uma vez em 2024.
No último movimento para combater a mpox, a OMS convocou um comitê de emergência para avaliar a situação na África, onde a doença tem se espalhado rapidamente. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África (CDC África) também declarou uma emergência de saúde pública a nível continental, o que pavimentou o caminho para a OMS elevar o status da mpox para uma emergência global.
O retorno da mpox à lista de emergências de saúde pública de importância internacional sublinha a necessidade de vigilância contínua e uma resposta global coordenada para controlar a disseminação da doença e prevenir uma crise de saúde global ainda maior.