De acordo com o estudo, em 2014 o país contava com 47.846 leitos de UTI, número que saltou para 73.160 em 2024. O aumento mais expressivo aconteceu durante os anos de 2021 e 2022, período em que o Brasil enfrentava a pandemia de covid-19.
Apesar do crescimento no número de leitos, a distribuição ainda é considerada desigual, tanto em termos territoriais quanto sociais. A entidade responsável pelo estudo ressaltou a necessidade de políticas públicas que promovam uma distribuição mais justa da infraestrutura hospitalar e de profissionais intensivistas por todo o país.
Um dos aspectos destacados no estudo é a diferença na oferta de leitos entre a rede pública e a rede privada de saúde. Do total de leitos de UTI existentes no Brasil em 2024, 51,7% são operados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto os restantes 48,3% estão na rede privada. Apesar da proximidade nos números de leitos, a diferença na população atendida pelos dois sistemas evidencia a desigualdade.
Outro ponto abordado no estudo é o crescimento no número de médicos especialistas em medicina intensiva. Entre 2011 e 2023, a quantidade de médicos nessa especialidade cresceu 228%, totalizando 8.091 intensivistas em 2023. A maioria desses profissionais é do sexo masculino, com idade média de 52 anos.
O cenário também apresenta disparidades entre as regiões do país, com o Norte apresentando uma menor densidade de leitos de UTI e de intensivistas em comparação às regiões Sul e Sudeste. A região com maior densidade de médicos intensivistas é o Distrito Federal, seguido pelo Sudeste. Enquanto isso, o Amapá registra uma densidade praticamente nula de especialistas.
Em síntese, o estudo revela avanços no sistema de saúde do Brasil, mas também aponta desafios a serem superados, como a desigualdade na distribuição de leitos de UTI e a necessidade de mais profissionais especializados em medicina intensiva em determinadas regiões do país.










