Os dados indicam que o vírus sincicial respiratório (VSR) continua a ser o principal agente causador de SRAG em crianças. Entre os idosos, a situação é igualmente alarmante, com a influenza A sendo a principal responsável por hospitalizações e mortes nessa faixa etária. Até o presente momento, o Brasil contabiliza 7.660 óbitos em decorrência de SRAG desde o início do ano, reforçando a gravidade do cenário.
A pesquisadora Tatiana Portella, envolvida na elaboração do boletim, enfatiza a importância da vacinação contra a gripe. Apesar de uma aparente estabilização e até diminuição dos casos em algumas áreas, o alerta permanece ativo. A vacina é fundamental para mitigar o impacto de surtos futuros, especialmente em grupos de risco.
Os dados revelam que, apesar do VSR dominar entre crianças menores, o rinovírus está em ascensão entre jovens de 5 a 14 anos, onde supera a influenza A em taxa de internação. Contudo, a gravidade dos casos segue atrelada ao VSR, que continua a causar preocupações nas emergências pediátricas.
Em termos regionais, observa-se uma tendência de queda na maioria das 27 unidades federativas do Brasil. Entretanto, estados como Roraima mostram um crescimento de SRAG entre crianças pequenas, evidenciado pelo VSR. Minas Gerais e Pará também acendem um alerta com um possível aumento de casos entre os idosos, embora o patógeno responsável ainda não esteja claro.
É crucial observar que, mesmo com a redução geral dos casos, este contexto não elimina os riscos. Em algumas regiões, como o Norte e o Nordeste, as taxas permanecem alarmantes, exigindo um monitoramento constante. Em contrapartida, estima-se que o aumento de casos de SRAG por Covid-19 em idosos no Rio de Janeiro não tenha gerado um impacto significativo nas hospitalizações, o que é um alívio temporário.
Contudo, a vigilância continua essencial. Com 54,7% das mortes atribuídas à influenza A, a saúde pública deve permanecer atenta, impulsionando campanhas de vacinação e educação para evitar novos picos da doença.