SAÚDE – Nova edição do Infogripe aponta aumento de casos de SRAG associadas ao covid-19 em vários estados do Brasil em 2024.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou nesta quinta-feira (19) a nova edição do boletim semanal Infogripe, que apontou uma crescente tendência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados ao covid-19 em alguns estados do Brasil. O estado do Ceará, por exemplo, já vinha apresentando um cenário de aumento dessas ocorrências, conforme indicado na edição anterior do boletim.

Além do Ceará, há indícios de que estados como Minas Gerais, Sergipe e Rondônia também estão começando a evidenciar um movimento semelhante. O mesmo se aplica ao Distrito Federal. Os pacientes mais afetados por esses casos são idosos, que são mais vulneráveis aos efeitos mais graves da infecção pelo coronavírus.

O boletim também destacou um aumento de ocorrências de SRAG entre crianças e adolescentes de até 14 anos, associados principalmente ao rinovírus, em quatro estados: Acre, Distrito Federal, Minas Gerais e Sergipe. Essas informações são referentes à semana epidemiológica que ocorreu de 8 a 14 de dezembro.

A SRAG é uma complicação respiratória que exige hospitalização e está muitas vezes relacionada ao agravamento de infecções virais. Os pacientes afetados podem apresentar sintomas como desconforto respiratório e queda na saturação de oxigênio, entre outros.

De acordo com a nova edição do boletim, a covid-19 tem sido associada a 31,1% dos casos de SRAG com resultado positivo para alguma infecção viral nas últimas quatro semanas analisadas. O rinovírus correspondente a 38,6% dos casos, seguido pelo vírus sincicial respiratório (VSR) com 7,9%, influenza A com 7,6% e influenza B com 7,3%.

No que diz respeito aos casos de SRAG que resultaram em óbito nas últimas quatro semanas, 63,6% estavam associados à covid-19. A maioria desses casos fatais envolvia idosos.

O Brasil já registrou um total de 78.739 casos de SRAG com resultado laboratorial positivo para vírus respiratórios em 2024. Dentre eles, 16,8% são de influenza A, 2% de influenza B, 19,6% de covid-19, 27,1% de rinovírus e 33,8% de VSR. Atualmente, 8.280 ocorrências estão em fase de análise.

O boletim Infogripe aponta para uma tendência de aumento de SRAG em nível nacional. Em 11 unidades federativas, há indícios de crescimento dos casos a longo prazo, como Acre, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe.

A pesquisadora da Fiocruz, Tatiana Portella, destacou que em 2024 o Brasil passou por duas ondas importantes de covid-19. A primeira teve início no final de 2023 e avançou para o início de 2024, afetando diversos estados. Já a segunda onda, iniciada em agosto de 2024, teve São Paulo como o estado mais afetado.

Apesar da redução de cerca de 40% nos casos de SRAG associados à covid-19 em comparação com 2023, Portella alerta para o aumento dessas ocorrências no final de 2024. Ela recomenda o uso de máscaras em caso de sintomas de gripe ou resfriado e a priorização de ambientes arejados, especialmente diante do início do aumento de casos de covid-19 em algumas regiões do país.

Sair da versão mobile