A estratégia é parte de um novo protocolo que será implementado no pré-natal do Sistema Único de Saúde (SUS), buscando reduzir a morbimortalidade materna e infantil, especialmente nas populações negra e indígena. Dados de 2023 revelam que quase 70% das mortes por hipertensão ocorreram em mulheres pretas e pardas.
A recomendação é que as gestantes iniciem a suplementação de cálcio com dois comprimidos de carbonato de cálcio 1.250 mg por dia a partir da 12ª semana de gestação até o parto. Essa dose garante a ingestão de 1.000 mg de cálcio elementar diariamente, quantidade considerada mínima para reduzir os riscos de complicações.
O cálcio é fundamental para regular o metabolismo e manter a pressão arterial em níveis saudáveis durante a gravidez. O medicamento já faz parte da farmácia básica do SUS e é oferecido nas unidades de saúde, cabendo aos municípios, ao Distrito Federal e aos estados a aquisição dos comprimidos necessários para atender todas as gestantes.
A Organização Mundial da Saúde recomenda a suplementação de cálcio desde 2011 para gestantes com baixo consumo do micronutriente e que apresentem alto risco para a pré-eclâmpsia. A mudança para a prescrição universal no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, baseia-se em pesquisas que mostram o baixo consumo de cálcio por gestantes no país.
Além da suplementação de cálcio, as gestantes devem manter a ingestão de ácido fólico e ferro, prescritos de forma universal desde 2005. É importante que as gestantes atentem para os horários de ingestão, já que o cálcio e o ferro devem ser consumidos em momentos distintos para não comprometer a absorção dos nutrientes.