Para facilitar o acesso à vacina, a estratégia conta com o apoio de estados e municípios, oferecendo a imunização em diversos locais, como unidades básicas de saúde, escolas, universidades, ginásios esportivos e até shoppings. A vacina tem se mostrado segura e é crucial na prevenção de cânceres relacionados ao HPV, incluindo câncer de colo do útero, vulva, pênis, garganta e pescoço. Essa ação é vista como um passo fundamental para assegurar que todos os adolescentes dentro da faixa etária recebam a proteção necessária.
Até o início deste mês, já foram imunizados mais de 115 mil adolescentes, com os estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo liderando em número de vacinados. Em 2024, o Brasil alcançou uma taxa de cobertura vacinal de 82% entre meninas de 9 a 14 anos, superando a média global de 37%. Para os meninos da mesma faixa etária, a taxa foi de 67%. Esse resultado positivo mostra um avanço significativo na luta contra o HPV.
Desde 2022, o Brasil adotou uma nova abordagem ao implementar um esquema de dose única contra o HPV para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, substituindo o regime anterior de duas doses. Essa mudança está alinhada às recomendações internacionais e reforça o compromisso do país em eliminar o câncer de colo do útero até 2030.
É importante ressaltar que para pessoas imunocomprometidas – incluindo indivíduos que vivem com HIV/aids e pacientes oncológicos – a vacinação continua com três doses. O mesmo protocolo se aplica a usuários de profilaxia pré-exposição (PrEP) entre 15 e 45 anos, bem como para vítimas de violência sexual a partir dos 15 anos.
O HPV, ou papilomavírus humano, é atualmente a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo, com mais de 200 tipos identificados. Enquanto alguns tipos causam verrugas genitais, outros estão associados a cânceres graves. A vacinação, oferecida de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde, é considerada a maneira mais eficazde prevenir a infecção pelo HPV, especialmente quando combinada com o uso de preservativos.
A infecção pelo HPV é muitas vezes assintomática e pode permanecer latente por meses ou até anos, sem apresentar sinais visíveis. Frequentemente, os primeiros sintomas podem aparecer entre dois e oito meses após a infecção, mas em alguns casos, esse prazo pode se estender por até 20 anos. A manifestação da doença é mais comum em gestantes e em indivíduos com sistema imunológico comprometido.
O diagnóstico do HPV é realizado por meio de uma série de exames clínicos e laboratoriais, que variam conforme o tipo de lesão identificada. Diante do cenário atual, é evidente que a vacinação é uma ferramenta vital não apenas na proteção individual, mas também na promoção da saúde pública em um contexto mais amplo. A mobilização do Ministério da Saúde reflete um compromisso inequívoco em reduzir a incidência de cânceres associados ao HPV, criando um futuro mais seguro e saudável para as novas gerações.
A adoção dessas medidas representa um avanço significativo na saúde pública do país e destaca a importância da prevenção proativa. Com a meta de vacinar milhões de adolescentes e garantir que a cobertura vacinal continue a crescer, o Brasil dá passos importantes na luta contra o HPV e suas graves consequências.