A iniciativa tem como prioridade garantir que as crianças recebam estímulos e intervenções adequadas o mais cedo possível, uma abordagem que, segundo o ministério, pode causar um impacto significativo na autonomia e nas habilidades de interação social das crianças à medida que crescem. Com a implementação dessa linha de cuidado, os profissionais de saúde estarão melhor capacitados para auxiliar as famílias, oferecendo orientações sobre quais medidas podem ser adotadas para apoiar o desenvolvimento infantil.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, enfatizou a importância do diagnóstico precoce, ressaltando que, pela primeira vez, o ministério apresenta um arcabouço estruturado para o cuidado do TEA. Ele mencionou que a nova diretriz constitui um meio abrangente de proporcionar intervenções não só no diagnóstico, mas também em toda a trajetória de atendimento às crianças. A proposta não depende da confirmação do diagnóstico para que as ações sejam iniciadas, o que pode resultar em um desenvolvimento mais favorável para as crianças.
Estima-se que cerca de 1% da população brasileira viva com TEA, e dados do IBGE apontam que a grande maioria desses indivíduos também enfrenta outras deficiências, reforçando a necessidade de uma abordagem coordenada via Sistema Único de Saúde (SUS). A linha de cuidado delineia claramente como os gestores e profissionais de saúde devem atuar desde a atenção primária até os serviços especializados, com foco no rastreio precoce e na assistência imediata.
O teste de triagem utilizado, conhecido como M-Chat, é uma ferramenta que identifica sinais de autismo nos primeiros anos de vida. Com sua introdução na prática, espera-se que os profissionais possam orientar as famílias sobre as intervenções e cuidados específicos.
Além disso, o ministério propõe um tratamento individualizado através do Projeto Terapêutico Singular (PTS), que será elaborado em colaboração com famílias e equipes multiprofissionais. Isso implica uma rede de acolhimento e suporte para os pais e cuidadores, reconhecendo sua importância fundamental no desenvolvimento das crianças.
As ações incluem orientações para os familiares, grupos de apoio e a capacitação de profissionais, com o intuito de criar práticas que complementem os cuidados oferecidos. O ministério também está buscando implementar treinamento de habilidades para cuidadores, apoiando as famílias com crianças que apresentam atrasos no desenvolvimento ou risco de desenvolver TEA. Dessa forma, o governo intensifica seu compromisso em reduzir a sobrecarga das famílias e a promover vínculos afetivos saudáveis.