SAÚDE – Ministério da Saúde Lança Consulta Pública para Vacina contra Herpes-Zóster, Focando em Idosos e Imunocomprometidos até 6 de Outubro.

Na última quarta-feira, o Ministério da Saúde do Brasil anunciou a abertura de uma consulta pública para discutir a possível incorporação da vacina contra o herpes zóster no Programa Nacional de Imunização (PNI). Essa iniciativa visa proteger grupos vulneráveis, especificamente idosos a partir de 80 anos e indivíduos imunocomprometidos a partir de 18 anos. A consulta, que recebeu a designação de Consulta Pública nº 78, está acessível até o dia 6 de outubro na plataforma Participa + Brasil.

Até o momento, já foram registradas 75 contribuições nesta consulta. Qualquer interessado pode enviar suas opiniões e sugestões sobre a proposta, utilizando um formulário eletrônico disponível na mesma plataforma. Os participantes têm a possibilidade de anexar até dois documentos que sustentem suas sugestões, embora seja proibido o envio de dados pessoais ou materiais de terceiros sem autorização.

As contribuições serão submetidas a uma análise técnica por parte de uma comissão especializada, que determinará a viabilidade da integração da vacina ao sistema público de saúde. Relatórios que sustentam a recomendação preliminar da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) estão disponíveis para consulta. As deliberações do colegiado também podem ser acessadas por meio de um relatório oficial do Ministério da Saúde.

O herpes-zóster, mais conhecido como cobreiro, é ocasionado pela reativação do vírus da catapora, afetando fundamentalmente idosos e pessoas com sistema imunológico comprometido. Essa condição provoca dores intensas, febre e erupções cutâneas que podem evoluir para complicações severas, como a neuralgia pós-herpética, uma dor crônica persistente mesmo após a resolução das lesões. Dados apontam que, entre 2008 e 2024, mais de 85 mil atendimentos ambulatoriais e 30 mil internações foram registrados no Brasil devido à doença, resultando em 1.567 mortes, principalmente entre pessoas acima de 50 anos.

Atualmente, o tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) envolve medicamentos para alívio dos sintomas e, nos casos mais graves, o uso de antivirais. A proposta de incorporação da vacina recombinante adjuvada partiu do Departamento do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. O imunizante é administrado em duas doses, com um intervalo de dois meses entre elas, e possui eficácia superior a 80% na prevenção da doença e da neuralgia pós-herpética.

Apesar dos benefícios potenciais, o alto custo da implementação da vacina, estimado em R$ 5,2 bilhões em cinco anos, representa um desafio significativo. A Conitec avaliou que a vacina pode não oferecer um benefício suficientemente relevante para justificar esse investimento no SUS. Com a consulta pública em andamento, a sociedade agora é convidada a se manifestar sobre essa importante questão de saúde pública.

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