O Ministério destaca que a atuação precoce é essencial para garantir a autonomia e a interação social dessas crianças, o que pode trazer impactos significativos em seu desenvolvimento. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, essa é a primeira vez que há uma linha de cuidado específica para o TEA, enfatizando a necessidade de um diagnóstico e intervenções precoces. “O objetivo é implementar cuidados antes de um diagnóstico formal, o que pode ser muito benéfico para o desenvolvimento das crianças”, afirma Padilha.
Estima-se que 1% da população brasileira viva com TEA, e dados do IBGE revelam que 71% dos indivíduos com essa condição também apresentam outras deficiências. Essa realidade reforça a necessidade de ações integradas dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), direcionadas a otimizar a atenção desde a saúde primária até os serviços especializados.
O teste de triagem utilizado, conhecido como M-Chat, é crucial para identificar sinais de autismo nos primeiros anos de vida. Ele será disponibilizado na Caderneta Digital da Criança e também no prontuário eletrônico E-SUS. Através da triagem, os profissionais poderão orientar as famílias sobre os estímulos e intervenções adequados a cada caso. Além disso, a nova linha de cuidado propõe fortalecer o Projeto Terapêutico Singular (PTS), que oferece um plano de tratamento individualizado e construído em conjunto com as famílias e equipes multiprofissionais.
Outra ênfase da iniciativa é o acolhimento e suporte às famílias, reconhecendo o papel central de pais e cuidadores no desenvolvimento das crianças. Ações como orientação parental, grupos de apoio e capacitação dos profissionais de saúde são fundamentais para melhorar as práticas no ambiente domiciliar, complementando o trabalho das equipes de saúde. O Ministério também está articulando a implementação de um programa de treinamento voltado para cuidadores, em parceria com a Organização Mundial da Saúde, visando oferecer o suporte necessário às famílias de crianças com TEA ou dificuldades no desenvolvimento.
Essas novas diretrizes representam um avanço significativo para a detecção e o tratamento do TEA no Brasil, buscando garantir um desenvolvimento mais saudável e integrado para as crianças e suas famílias.