De acordo com Padilha, o programa terá estrutura semelhante à do Mais Médicos anterior, mas com foco em médicos que já possuem título nas especializações de saúde mais necessitadas. O ministro destacou que, inicialmente, serão oferecidas 500 vagas nas áreas mais remotas do país, onde a carestia por atendimento médico especializado é crítica.
Os investimentos estimados para esta nova etapa do programa atingem a cifra de R$ 260 milhões. A execução do programa contará com a colaboração de instituições formadoras e da Associação Médica Brasileira, e inclui a previsão de 3.000 novas bolsas de residência médica, destinadas à formação de especialistas nas áreas consideradas prioritárias.
O edital do Mais Médicos Especialistas faz parte de um plano mais amplo denominado “Agora Tem Especialistas”, que foi recém-criado por medida provisória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O foco principal dessa nova estratégia é acelerar o atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente em casos relacionados ao tratamento de câncer. Além disso, o programa busca credenciar instituições privadas, ampliar horários de atendimento nas unidades públicas de saúde e realizar um sistema de compensação entre dívidas de planos de saúde e hospitais privados e o atendimento ao SUS.
Para maximizar a eficácia do atendimento, estão planejadas ações para credenciar clínicas e hospitais, especialmente nas áreas de oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. A contratação dos profissionais será realizada pelos estados e municípios, podendo ocorrer, de forma complementar, através da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS) e pelo Grupo Hospitalar Conceição, uma empresa pública vinculada ao Ministério da Saúde.
É importante ressaltar que, segundo o estudo Demografia Médica 2025, a distribuição desses especialistas é bastante desigual, com a maioria concentrada no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, além de uma predominância na rede privada. A pesquisa indica que apenas 10% desses profissionais realizam atendimento exclusivo pelo SUS, revelando um desafio significativo para a saúde pública no Brasil.