A coordenadora de Imunização da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Flávia Cardoso, destacou que o Brasil perdeu seu status de país livre do sarampo em 2019, após registrar a circulação do vírus por mais de 12 meses consecutivos. Em 2022, o país foi considerado endêmico para a doença e, posteriormente, classificado como pendente de reverificação em 2023.
Apesar de melhorias na cobertura vacinal para o sarampo e a rubéola, por meio da vacina tríplice viral, alguns estados apresentaram progresso mínimo ou até mesmo negativo. A situação no Rio de Janeiro, no Amapá, no Pará e em Roraima foi descrita como muito preocupante pela entidade.
A Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação do Sarampo, da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita nas Américas recomendou que o Brasil amplie a sensibilidade na definição de casos suspeitos de sarampo e padronize um fluxograma de resposta rápida. Além disso, foi sugerida a vacinação de atletas brasileiros e a realização de buscas ativas integradas de casos de sarampo e rubéola.
Apesar de completar dois anos sem casos autóctones de sarampo em junho deste ano, o país ainda tem um longo caminho a percorrer para retomar sua certificação de ‘livre de sarampo’. Ações coordenadas e esforços de vigilância em nível municipal são essenciais para combater a disseminação da doença e garantir a proteção da população contra surtos futuros.