Os termos desses acordos foram o resultado de debates realizados em encontros preparatórios, nos quais organizações como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) tiveram participação ativa. Em uma entrevista exclusiva à EBC, a assessora regional para Saúde na América Latina e Caribe, Maikee Arts, compartilhou os pontos-chave das declarações e como elas podem impactar positivamente a vida de crianças em todo o mundo, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade.
Uma das grandes conquistas das declarações foi a inclusão do tema clima e saúde, com destaque para o impacto das mudanças climáticas na saúde e a necessidade de medidas para mitigar esse impacto. Além disso, houve um foco na equidade, visando não deixar ninguém para trás e priorizando as pessoas mais vulneráveis, o que é crucial para o Unicef e para todas as comunidades.
Arts ressaltou que as mudanças climáticas agravam as desigualdades existentes, tornando as crianças, especialmente as mais vulneráveis, ainda mais suscetíveis a seus efeitos. Ela enfatizou a importância de agir de forma rápida e eficaz diante desse cenário, destacando a necessidade de medidas concretas e de aprendizado mútuo entre os países.
Outro tema discutido nas reuniões ministeriais foi a criação de uma coalizão global para produção local e regional de insumos de saúde, como vacinas e medicamentos. Essa iniciativa é vista como fundamental para facilitar o acesso a tratamentos e vacinas, principalmente diante da possibilidade de novas pandemias.
No âmbito da região da América Latina e Caribe, foram apontados diversos desafios em relação à saúde, como a dengue, problemas de nutrição, acesso limitado a serviços de saúde e desinformação. A preocupação com a saúde materna, dos adolescentes e das crianças também foi destacada, assim como a necessidade de enfrentar questões complexas como a resistência microbiana.
Em relação à pobreza, Arts ressaltou a importância da redução desse problema, uma vez que a pobreza afeta diretamente a saúde das populações. A criação de uma aliança global pelo fim da fome e da pobreza foi mencionada como uma proposta chave do ciclo do Brasil na presidência do G20, que tem o potencial de contribuir significativamente com pautas de saúde globais.
Por fim, a assessora reconheceu que as questões em discussão no G20 afetam também os países mais pobres, e afirmou que as ações e recomendações resultantes das deliberações do encontro podem ser aplicadas de forma mais abrangente, beneficiando um número maior de nações.