O exame de toque retal ainda desperta temor em um a cada sete homens, sendo mais prevalente nos homens acima de 60 anos. Segundo a SBU, essa resistência ao exame é preocupante, pois pode levar a um diagnóstico tardio de doenças, como o câncer de próstata. Os sentimentos de medo e ansiedade em relação à saúde têm impacto na expectativa de vida dos homens, que é sete ou oito anos menor que a das mulheres.
A pesquisa revelou que a maioria dos homens tem conhecimento sobre o câncer de próstata (75%) e a prostatite (59%), mas a hiperplasia benigna (HPB), uma condição mais prevalente, é menos conhecida. Apenas 43% dos homens têm informações sobre a HPB. Esse desconhecimento é maior entre os mais jovens, de 40 a 44 anos, com apenas 39% sabendo o que é a doença. Estima-se que cerca de 50% dos homens acima de 50 anos apresentem algum grau de HPB.
A HPB é caracterizada pelo aumento do tamanho da próstata devido ao crescimento celular excessivo. Os sintomas incluem aumento da frequência de urinar durante o dia, diminuição da força e do calibre do jato urinário, dificuldade para iniciar a micção e sensação de urgência para urinar. Esses sintomas ocorrem porque o aumento do tamanho da próstata pode comprimir a uretra, causando uma obstrução parcial do fluxo urinário. A HPB também pode interferir no funcionamento da bexiga e dos rins.
Mesmo com as dificuldades de micção sendo mais comuns com o avançar da idade, a SBU alerta que esse problema não deve ser considerado normal no envelhecimento. No entanto, 38% dos participantes da pesquisa acreditam que é normal ter dificuldade para urinar com o passar do tempo. Esse pensamento é mais comum entre homens acima de 60 anos, chegando a 48%.
Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), do Ministério da Saúde, foram registradas 21.803 internações em decorrência do câncer de próstata de janeiro a julho de 2023. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que haverá 71.730 novos casos anuais da doença no período de 2023 a 2025. Em 2022, foram registradas 16.292 mortes devido ao câncer de próstata.
A conscientização sobre a doença tem progredido ao longo dos anos, mas a SBU ressalta que é importante que os homens façam acompanhamento médico regularmente, mesmo sem apresentar sintomas. A partir dos 50 anos, os homens devem procurar um profissional especializado para avaliação individualizada. Já aqueles que são considerados de alto risco, como afrodescendentes, indivíduos com parentes de primeiro grau com câncer de próstata ou obesos, devem começar a fazer exames mais precocemente, a partir dos 45 anos.
O diagnóstico do câncer de próstata é realizado por meio da dosagem do PSA, uma enzima com características de marcador tumoral no sangue, associado ao exame de toque retal. O tratamento varia de acordo com o estágio da doença e as condições clínicas do paciente, podendo incluir cirurgia, radioterapia, vigilância ativa, hormonioterapia, quimioterapia e radiofármacos.
Além do câncer de próstata, a pesquisa também abordou outros problemas de saúde relatados pelos homens entrevistados, como sedentarismo, pressão alta e obesidade. Foi observado que 26% dos participantes relataram sedentarismo como um problema de saúde, seguido pela pressão alta (24%) e obesidade (12%).
Em resumo, a pesquisa realizada pela SBU revelou a preocupação dos homens em relação ao câncer de próstata e à impotência sexual. Apesar disso, muitos homens só procuram um médico quando sentem algo diferente e ainda têm receio do exame de toque retal. A falta de conhecimento sobre a hiperplasia benigna também foi evidenciada. A conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico regular é fundamental para a prevenção e o tratamento de doenças urológicas.