SAÚDE – Hepatite A registra aumento de 50% no Rio de Janeiro, com quase 500 casos em 2023; autoridades alertam sobre riscos e necessidade de vacinação.

Na última quarta-feira, o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, revelou um aumento alarmante de 50% nos casos de hepatite A em comparação ao ano anterior. No total, quase 500 casos da doença foram registrados na cidade em 2023. A declaração foi feita durante o Seminário de Saúde Suplementar, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que se destina a discutir expectativas e desafios para o setor até 2030.

O secretário destacou a natureza imunoprevenível da hepatite A e enfatizou a importância da vacinação. “Recomendamos que as pessoas procurem as unidades de saúde para se vacinar. Contudo, é importante ressaltar que não todos os grupos podem receber a vacina”, explicou Soranz. Ele expressou preocupação com o crescimento dos casos, que inclui um aumento nas internações, embora não tenha sido possível identificar uma causa específica para essa elevação.

A hepatite A é transmitida principalmente por meio do contato oral-fecal, associado a condições de saneamento básico inadequadas ou a práticas de higiene deficiente. O consumo de água e alimentos contaminados também contribui para a propagação do vírus. Mais preocupante, conforme Soranz observou, é o aumento do número de casos entre jovens com vida sexual ativa, um indicador que se reflete em todo o país, seguindo a tendência observada em outras áreas.

O Ministério da Saúde alerta que esses casos muitas vezes decorrem de proximidade intensa entre indivíduos, especialmente em ambientes como residências e creches. Relatos de surtos em populações que adotam práticas sexuais específicas, como o sexo anal e oroanal, também foram mencionados, pois essas práticas podem aumentar o risco de transmissão.

Além da discussão sobre hepatite A, o seminário também abordou a insatisfação dos usuários de planos de saúde em relação aos altos reajustes. A diretora de Normas e Habilitação de Produtos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Lenise Secchin, explicou que promover uma coordenação eficaz nos cuidados de saúde pode mitigar custos, que, se não forem bem gerenciados, resultam em reajustes anuais.

Secchin destacou a crescente expectativa de vida no Brasil e os desafios que isso traz para o sistema de saúde. Até 2030, a expectativa é que a proporção de idosos se equipare à de jovens, criando um impacto significativo no modelo de saúde suplementar. A diretora ressaltou a importância da colaboração entre sociedade e operadoras para enfrentar esses desafios, que vão além do setor de saúde e demandam atenção e planejamento adequados.

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