SAÚDE – Fiscalização do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo encontra irregularidades em unidades de saúde gerenciadas por organizações sociais

Uma auditoria surpresa realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) revelou diversas irregularidades em unidades de saúde gerenciadas por organizações sociais (OS) no estado. A fiscalização, feita em 170 unidades de saúde em 98 cidades, encontrou equipamentos quebrados em mais de 30% das unidades, e em 10% delas foram identificados medicamentos vencidos.

Além disso, foi constatado que 53,53% das unidades não possuíam o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, documento que atesta o cumprimento das regras de segurança contra incêndio. Falhas também foram encontradas em áreas de armazenamento de remédios e na limpeza, afetando 22,35% das unidades.

Outro problema verificado foi a dificuldade para a transferência de pacientes, com 30% das unidades vistoriadas não possuindo ambulâncias para realizar o transporte. A auditoria também apontou que o controle de frequência dos médicos ainda é feito manualmente em mais de metade dos locais visitados (52,91%).

Apesar das irregularidades, a acessibilidade para pessoas com necessidades especiais está garantida em 90,59% das unidades. No entanto, em 16 unidades esse aspecto ainda é afetado.

A auditoria também revelou que o prontuário eletrônico do paciente, que reúne todos os procedimentos realizados, está sendo utilizado em 62,35% das unidades. Em 21,18% delas, o prontuário está parcialmente implantado e, em 16,47%, não está disponível.

O presidente do tribunal, conselheiro Sidney Beraldo, ressaltou que a prestação do serviço por organizações sociais não isenta os gestores públicos da obrigação de acompanhar e fiscalizar a atuação dessas entidades. Também foi destacado que o governo estadual transferiu mais de R$ 4 bilhões para entidades privadas da área da saúde no primeiro semestre deste ano, enquanto as prefeituras repassaram quase R$ 3,5 bilhões para organizações sociais do setor.

Em resposta às constatações da auditoria, a Secretaria de Estado da Saúde informou que aguarda o relatório final da fiscalização para análise e tomada das providências cabíveis em cada unidade de saúde.

Espera-se que a divulgação dos resultados da auditoria incentive as autoridades responsáveis a adotarem medidas para corrigir as falhas identificadas e aprimorar a gestão das unidades de saúde gerenciadas por organizações sociais.

Sair da versão mobile