O pesquisador Cristiano Boccolini, envolvido no desenvolvimento da ferramenta, ressaltou que a abordagem é distinta em relação a soluções comerciais que atualmente dominam o mercado. “Enquanto muitos países recorrem a plataformas pagas e pouco personalizáveis, nossa proposta é totalmente construída em código aberto e gratuita. Isso significa que o usuário terá total controle sobre o processo de monitoramento, com acesso irrestrito a dados e funcionalidades”, explicou Boccolini. A ferramenta está capacitada para analisar não apenas anúncios em redes sociais, mas também postagens pagas e conteúdos que não são tão evidentes, comumente conhecidos como “dark posts”.
A inovação representa um grande avanço para a saúde pública, com potencial para ser aplicada em monitoramento de outras campanhas publicitárias que envolvem produtos como álcool, tabaco e refrigerantes. “Com essa ferramenta, o usuário poderá gerenciar bases de dados e entender melhor as informações relevantes, o que é fundamental para uma resposta eficaz e informada”, completou Boccolini.
Na mesma ocasião, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez questão de ressaltar a relevância do lançamento em um dia tão simbólico quanto o Dia Mundial de Proteção ao Aleitamento Materno. Ele elogiou a contribuição da Fiocruz para o fortalecimento de políticas de aleitamento no Brasil e afirmou que, apesar de conquistas, ainda há muito a ser feito. Em 2019, apenas 46% dos bebês brasileiros eram amamentados exclusivamente até os seis meses, e essa porcentagem caía para 35% aos dois anos, enfatizando a necessidade de continuar a promover a amamentação.
Mario Moreira, presidente da Fiocruz, reiterou o compromisso da instituição com a promoção do aleitamento materno e destacou a importância de parcerias internacionais nesse âmbito. “Nosso trabalho nas últimas décadas tem sido pautado pela defesa do aleitamento, visto como uma forma essencial de salvar vidas e prevenir doenças”, afirmou.
A embaixadora do México, Francisca Méndez, também participou do evento, enfatizando que as atividades em prol do aleitamento não visam opor-se à indústria, mas sim defender a saúde e os direitos das crianças. Ela declarou que o México se dedica a garantir que cada criança tenha um início de vida saudável, independentemente de suas circunstâncias de nascimento.