O virologista Tiago Gräf, responsável pelo desenvolvimento do Dashboard de Dengue, destaca o aumento significativo no número de genomas sequenciados do vírus desde 2020. Esse avanço é resultado da expansão da capacidade de sequenciamento das unidades especializadas, impulsionada pela necessidade de vigilância genômica durante a pandemia de COVID-19. A infraestrutura e o conhecimento adquiridos nesse período estão sendo aplicados no monitoramento de arboviroses como a dengue.
Embora alguns estados brasileiros tenham registrado uma diminuição nos casos de dengue, a tendência não é uniforme, com algumas regiões ainda enfrentando números elevados de incidência da doença. Com mais de 6,3 milhões de casos prováveis de dengue, o Brasil lidera o ranking mundial de notificações da doença em 2024, seguido por países como Argentina, Paraguai e Peru.
Assim como o painel de controle do coronavírus Sars-CoV-2, o Dashboard de Dengue é atualizado regularmente e disponibilizado em três idiomas: português, inglês e espanhol. Os dados apresentados incluem a circulação dos sorotipos do vírus com base em resultados laboratoriais do Ministério da Saúde, permitindo o acompanhamento do comportamento viral e a análise epidemiológica para embasar políticas públicas e intervenções no combate às epidemias.
A vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Lourdes Oliveira, destaca a importância dessas informações para embasar estratégias de enfrentamento e resposta a emergências em saúde pública, auxiliando na compreensão dos cenários epidemiológicos e na alocação eficiente de recursos. Com a disponibilização desse novo painel de dados, a Fiocruz reforça seu compromisso com a transparência e a disseminação de informações relevantes para o controle de doenças como a dengue.
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