De acordo com a promotora de Justiça substituta de Parelhas, Ana Jovina de Oliveira Ferreira, uma falha na higienização e esterilização do ambiente hospitalar foi identificada como a causa da contaminação. A bactéria Enterobacter cloacae, encontrada normalmente no trato intestinal, foi responsável pela infecção que resultou na perda do globo ocular de nove pacientes.
O mutirão, realizado nos dias 27 e 28 de setembro na maternidade Doutor Graciliano Lordão, atendeu 48 pessoas, sendo que no primeiro dia 15 pacientes tiveram infecção ocular. A coordenadora do Centro de Apoio às Promotorias de Justiça de Saúde informou que o MP recebeu o termo de inspeção da maternidade e que será analisado juntamente com o laudo técnico do Laboratório Central de Saúde Pública.
Além de identificar as causas da infecção, o Ministério Público do RN quer determinar as responsabilidades e promover a indenização das vítimas. As investigações ainda estão em fase inicial e incluem a apuração da possível utilização indevida do poder político, uma vez que o mutirão foi realizado durante o período eleitoral.
Na próxima semana, serão coletados depoimentos de todas as pessoas envolvidas, começando pelos afetados. A promotora ressaltou a importância de estabelecer as responsabilidades e destacou a responsabilidade objetiva do poder público e do município em indenizar os pacientes afetados.
A Prefeitura de Parelhas abriu um Inquérito Civil para investigar as causas das infecções e responsabilidades. A Secretaria Estadual de Saúde Pública do Rio Grande do Norte também está apurando o caso, junto com o Ministério Público. Medidas estão sendo tomadas para esclarecer o ocorrido e garantir que situações semelhantes não voltem a ocorrer.