SAÚDE – Exercícios físicos durante tratamento de câncer: estudo brasileiro destaca impacto positivo em pacientes idosos, diz pesquisa apresentada nos EUA.



Um estudo brasileiro realizado com pacientes idosos trouxe à tona os benefícios dos exercícios físicos regulares durante tratamentos de câncer em estágio avançado. A pesquisa, que foi apresentada durante o Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ACSO), contou com a participação de 41 pacientes, com uma idade média de 70 anos.

Durante o período de 12 semanas, os pacientes – que tinham câncer de mama, genitourinário e de pulmão – seguiram um programa de atividades que incluía exercícios de resistência e aeróbicos por 3 a 5 horas semanais, distribuídos ao longo de 4 a 6 dias por semana. Os resultados obtidos após a conclusão do programa foram bastante significativos, com os pacientes apresentando uma redução considerável nos níveis de depressão e ansiedade, além de melhoras no estado físico, com redução das dores, da fadiga e da náusea. Ademais, os exercícios também podem contribuir para diminuir os efeitos adversos do tratamento do câncer.

Segundo o coordenador do estudo, Paulo Bergerot, oncologista do grupo Oncoclínicas&Co, a conclusão é que é necessário incentivar os pacientes a manterem-se fisicamente ativos, independentemente da idade ou estágio da doença, e que essa recomendação deve ser acompanhada e monitorada de perto pelo médico responsável pelo caso.

Outro estudo brasileiro apresentado durante o evento abordou a importância dos cuidados paliativos para pacientes com câncer, e como esses cuidados podem contribuir para a redução do número de mortes em unidades de terapia intensiva. Os cuidados paliativos visam aliviar a dor e o sofrimento dos pacientes, melhorar sua qualidade de vida e auxiliar os familiares durante o tratamento e após o falecimento do paciente. A pesquisa, realizada com 171 pacientes no Hospital Marcos Moraes, na zona norte do Rio de Janeiro, constatou uma taxa de óbitos de apenas 38% entre aqueles que receberam os cuidados paliativos, o que é considerado baixo em comparação com pacientes em situação de doença irreversível.

A coordenadora do estudo, Cecília Emerick Mendes, ressaltou a importância dos cuidados paliativos como uma estratégia multidisciplinar de alívio do sofrimento, tanto físico quanto emocional, espiritual e social, para pacientes com doenças ameaçadoras da vida. A pesquisa revelou que a maioria dos pacientes optou por um plano de cuidados com suporte não invasivo exclusivo, proporcionando um final de vida mais digno, próximo da família, de acordo com suas prioridades e desejos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 14% dos pacientes que necessitam de cuidados paliativos no mundo recebem esse tipo de assistência, destacando a importância de expandir e fortalecer esse tipo de cuidado em escala global. Em suma, os estudos apresentados durante o evento ressaltam a relevância dos exercícios físicos regulares e dos cuidados paliativos para a melhoria da qualidade de vida e do tratamento de pacientes com câncer em diferentes estágios da doença.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo