O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (27) que o ex-presidente Fernando Collor receba visitas regulares de seu fisioterapeuta durante o período em que cumpre prisão domiciliar em Maceió. A permissão foi concedida por um prazo inicial de seis meses, após pedido feito pela defesa do político.
Collor foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em decorrência das investigações da Operação Lava Jato. Ele chegou a ser preso na ala especial do Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, mas, no início de maio, obteve autorização de Moraes para cumprir a pena em casa, sob tornozeleira eletrônica, por razões humanitárias. O ex-presidente, de 45 anos, é portador da Doença de Parkinson e está em tratamento há cerca de seis anos.
Até então, Collor podia receber apenas visitas de advogados, familiares e profissionais médicos já autorizados. Agora, com a nova decisão, o fisioterapeuta Bruno Rafael Santana Alves, indicado pela defesa, poderá acompanhá-lo regularmente no tratamento.
Segundo relatórios médicos mantidos sob sigilo por determinação de Moraes, Collor apresenta agravamento no quadro clínico, com registros de ressonâncias magnéticas e episódios de sonolência excessiva. As informações constam de três laudos datados de 2022 e 2024, emitidos pelo hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Além da prisão domiciliar, o ex-presidente teve o passaporte suspenso por ordem judicial e está proibido de deixar o país enquanto cumpre pena. A medida visa garantir o cumprimento da condenação e evitar eventuais fugas.
A defesa de Collor também ingressou com pedido de prescrição da pena, alegando questões processuais, mas o STF ainda não se manifestou sobre o pleito.
