Os números são ainda mais assustadores quando se observa a divisão por gênero: homens representaram 86% das mortes atribuídas ao consumo de álcool, sendo que quase metade delas relaciona o álcool a doenças cardiovasculares, acidentes e violência. Já as mulheres correspondem a 14% das mortes, com mais de 60% dos casos associados a doenças cardiovasculares e diversos tipos de câncer.
Além disso, o estudo apontou que o custo do consumo de bebidas alcoólicas para o Brasil em 2019 foi de R$ 18,8 bilhões, sendo a maior parte desses gastos destinada aos homens. Do total, R$ 1,1 bilhão foram atribuídos a custos federais diretos com hospitalizações e procedimentos ambulatoriais no SUS, enquanto os outros R$ 17,7 bilhões correspondem aos custos indiretos, como perda de produtividade e dias de trabalho por internações.
Eduardo Nilson, pesquisador responsável pelo estudo, ressaltou que os dados utilizados foram conservadores, baseados em fontes públicas oficiais, o que sugere que o custo real do consumo de álcool para a sociedade brasileira pode ser ainda maior do que o apontado. A pesquisa também destacou a diferença na procura por atendimento entre homens e mulheres, sendo que estas buscam mais os serviços de saúde, o que resulta em tratamentos precoces e menores complicações.
Portanto, os números apresentados pela Fiocruz evidenciam a gravidade do problema do consumo de álcool no Brasil e a necessidade de políticas públicas eficazes para prevenir e tratar as consequências dessa prática nociva para a sociedade como um todo.
