A pesquisa, publicada no International Journal of Infectious Disease, revelou que as crianças afetadas pelo Zika têm taxas de hospitalização entre três e sete vezes maiores do que aquelas sem a síndrome. Além disso, os pacientes com microcefalia ficam internados por períodos muito mais longos, comparados com outras crianças.
Os dados analisados incluíam 2 mil casos de crianças com a síndrome congênita do Zika e 2,6 milhões de crianças sem a síndrome. A pesquisa investigou as admissões hospitalares, os motivos e a duração da internação nos primeiros quatro anos de vida das crianças.
Os pesquisadores também destacaram que as crianças com microcefalia correm risco de desenvolver doenças combinadas, o que torna o quadro de saúde delas ainda mais delicado. Segundo o médico João Guilherme Tedde, líder do estudo, as crianças com microcefalia têm maior propensão a complicações relacionadas à síndrome.
O estudo aponta que, enquanto as crianças sem a síndrome reduzem as taxas de hospitalização com o tempo, as crianças com microcefalia mantêm altas taxas de internação ao longo da infância. Isso evidencia a necessidade de cuidados especiais e planos de manejo ambulatorial para essas crianças.
O Zika afetou principalmente famílias pobres, moradoras de áreas quentes e com alta incidência de mosquitos. A transmissão do vírus ocorre principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e da chikungunya.
Para combater os impactos do Zika, instituições como a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Butantan estão desenvolvendo estudos para a criação de uma vacina. O Ministério da Saúde também intensificou as ações de combate às arboviroses, incluindo a zika.
Diante do cenário alarmante apresentado pelo estudo da Fiocruz, é urgente o desenvolvimento de medidas preventivas e de cuidado para garantir a saúde e o bem-estar das crianças afetadas pelo Zika e suas famílias.