De acordo com relatório divulgado em 2022, o hospital atendia a 154 pacientes, sendo que 97 estavam internados há dois anos, e 47 entre dez e 25 anos. O MPRJ afirmou que a unidade não respeitava os direitos das pessoas internadas e nem oferecia os serviços de saúde mental necessários.
Os últimos 29 pacientes que estavam internados no Hospital Psiquiátrico Santa Mônica e que não haviam sido reinseridos em suas famílias foram encaminhados para residências terapêuticas na cidade de Petrópolis, local onde o hospital estava localizado.
Segundo a presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), Ana Paula Guljor, o Santa Mônica era a última grande instituição com lógica manicomial no estado. Guljor ressaltou a importância do fechamento de estruturas com histórico de aprisionamento e exclusão de pessoas, celebrando a transição para um novo modelo.
As residências terapêuticas foram apontadas como uma das opções para receber os pacientes saídos dos manicômios. Ana Paula Guljor ressaltou a importância de criar uma rede de assistência e inclusão para não institucionalizar os pacientes nas residências terapêuticas.
Petrópolis possui atualmente 12 residências terapêuticas, que são moradias assistidas com cuidados de saúde mental voltadas para os pacientes. O prefeito da cidade afirmou que o encerramento das atividades do Hospital Psiquiátrico Santa Mônica representa um processo de resgate da dignidade e dos direitos das pessoas com transtornos mentais, permitindo uma vida mais autônoma e integrada à comunidade.
Além disso, a prefeitura de Petrópolis inaugurou um novo Setor de Psiquiatria no Hospital Municipal Nélson de Sá Earp, que será uma referência no atendimento de emergência em Saúde Mental com 11 leitos. A abertura desse novo setor representa um avanço no cuidado e tratamento de transtornos mentais na região serrana fluminense.