Ele enfatizou que a pandemia da covid-19 atrasou significativamente a vacinação e o tratamento contra o HPV, resultando em interrupções nos sistemas de saúde e levando ao declínio da cobertura vacinal contra o HPV. No entanto, Barbosa destacou que apesar dos desafios, houve avanços significativos no combate à doença, incluindo a introdução da vacina contra o HPV em programas nacionais de 47 países e territórios nas Américas, cobrindo 92% da região.
Uma das medidas que podem acelerar o processo de cobertura vacinal contra o HPV é a adoção da dose única, que já foi adotada por 11 países das Américas. Barbosa elogiou o Brasil pelo lançamento da campanha de eliminação do câncer do colo de útero pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), destacando o compromisso do país em atingir as populações mais vulneráveis.
No entanto, o diretor alertou que a vacinação sozinha não eliminará o câncer do colo de útero, e ressaltou a importância do rastreamento organizado e do tratamento. Ele enfatizou a necessidade de mudar os programas tradicionais de rastreamento baseados em citologia para abordagens mais simples com testes mais eficazes de HPV e tratamento ablativo.
Barbosa também destacou a colaboração da OPAS com os países-membros para introduzir os testes de HPV em serviços de atenção primária em saúde, e elogiou o Brasil pelo compromisso em abordar a estratégia de apoiar os esforços de eliminação da doença.
A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVSA/MS), Ethel Leonor Noia Maciel, que representou a ministra Nísia Trindade no encontro, reforçou que a vacinação contra o HPV e outras doenças é uma prioridade da pasta. Ela destacou a nova metodologia lançada pelo Ministério junto com a OPAS, chamada de microplanejamento, na qual as equipes desenvolveram ações em todos os estados e no Distrito Federal, formando multiplicadores para entender as barreiras em cada local para a execução da vacinação.
Em resumo, a luta pela eliminação do câncer do colo de útero nas Américas enfrenta desafios significativos, mas com o compromisso e colaboração de países membros, organizações internacionais e partes interessadas, há avanços e iniciativas em andamento para combater a doença e melhorar a cobertura vacinal e o acesso ao tratamento.