SAÚDE – Dia Mundial de Combate à Aids: número de idosos com HIV quadruplica em uma década, alertam especialistas.

No último domingo, dia 1º de dezembro, foi celebrado o Dia Mundial de Combate à Aids, uma data importante para a conscientização e prevenção dessa doença que ainda afeta milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a campanha do Dezembro Vermelho, iniciada em 2017, busca mobilizar a população em relação às medidas de prevenção, assistência e proteção dos direitos das pessoas com o vírus HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.

Neste fim de semana, diversas capitais do país promoveram ações e mobilizações para alertar a população sobre a importância de se prevenir contra o HIV. De acordo com dados do Boletim Epidemiológico sobre HIV/AIDS do Ministério da Saúde, houve um aumento significativo de casos entre a população idosa nos últimos anos, com um aumento de quatro vezes no número de idosos que testaram positivo para o vírus.

O geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Marco Túlio Cintra, explicou que esse aumento está relacionado a diversos fatores, incluindo a falta de campanhas direcionadas para esse público específico. Ele ressaltou ainda que a subnotificação dos casos de HIV entre idosos é um problema, pois muitas vezes os sintomas da doença são confundidos com outras enfermidades, como o câncer.

Em uma entrevista, Cintra destacou a importância da testagem para o diagnóstico precoce do HIV em idosos, pois isso é fundamental para o sucesso do tratamento. Ele também ressaltou a necessidade de os profissionais de saúde estarem atentos a essa questão e solicitarem a testagem para os pacientes idosos.

Além disso, o especialista alertou para a falta de campanhas de prevenção voltadas para os idosos, o que contribui para o aumento dos casos nessa faixa etária. Ele ressaltou que o comportamento de risco em relação ao HIV pode ocorrer em qualquer idade, incluindo entre os idosos que ainda são sexualmente ativos.

Portanto, o Dia Mundial de Combate à Aids é uma oportunidade para lembrar a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do acesso ao tratamento para todas as pessoas, independentemente da idade. A mobilização e a conscientização são essenciais para combater essa doença e garantir a qualidade de vida de quem convive com o HIV.