SAÚDE – Desigualdade no Acesso a Exames de Imagem: SUS Realiza 60% dos Procedimentos, mas Planos de Saúde Têm Maior Cobertura por Usuário em 2023

Em 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou aproximadamente 60% dos principais exames de imagem no Brasil, totalizando mais de 101 milhões de procedimentos. Embora os dados mostrem um avanço no acesso aos exames ao longo da última década, a disparidade no número de exames realizados entre usuários do SUS e aqueles com planos de saúde ainda é notável. Para cada mil usuários do SUS, foram cerca de 634,41 exames realizados, enquanto no setor privado, essa média chegou a impressionantes 1.323 exames por mil beneficiários.

Esses números foram levantados no Atlas da Radiologia no Brasil 2025, um estudo que fez uso de informações oficiais do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O estudo abrange cinco tipos de exames: raio-x (exceto odontológicos), mamografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. A base de usuários analisada inclui 160,4 milhões de brasileiros atendidos pelo SUS e 51,2 milhões que possuem planos de saúde.

Com o intuito de medir as desigualdades no acesso a esses exames, o Atlas calculou uma densidade de exames realizados a partir da razão entre a quantidade total de procedimentos e o número de usuários no SUS e no setor privado, resultando na criação do Indicador de Desigualdade Público/Privado (IDPP). Ao longo dos anos, a densidade de exames no SUS aumentou, e o IDPP diminuiu para a maioria dos exames, exceto as mamografias, que apresentaram uma redução desigual de 3,54 vezes as realizadas por usuários de planos em relação aos do SUS.

O exame de mamografia é fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de mama, sendo recomendado a todas as mulheres entre 50 e 69 anos a cada dois anos, segundo o Ministério da Saúde. No entanto, as usuárias de planos de saúde têm acesso a mamografias de rastreamento a partir dos 40 anos.

O Atlas também trouxe à tona a disparidade na disponibilidade de equipamentos para a realização de exames. Embora o Brasil conte com quase 27 aparelhos de ultrassom e 16 de raio-x a cada 100 mil habitantes, a situação é alarmante quando se trata de equipamentos mais complexos, como tomógrafos, mamógrafos e aparelhos de ressonância, com disponibilidades baixas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país. A Região Sudeste concentra a maior quantidade absoluta de equipamentos, mas a densidade de aparelhos em regiões como o Centro-Oeste é surpreendentemente maior em algumas categorias.

Em resumo, este panorama revela que, apesar das melhorias na oferta de serviços de saúde, as desigualdades no acesso a exames de imagem continuam a ser um desafio a ser enfrentado, com implicações diretas na saúde da população.

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