Além dos índices de depressão, a pesquisa também trouxe à tona que 20,6% dos agentes relataram sofrer de transtornos de ansiedade, enquanto 4,2% manifestaram experiências de transtorno de pânico. Esses números foram reunidos na pesquisa intitulada “Cenários da Saúde Física e Mental dos Servidores do Sistema Penitenciário Brasileiro”, realizada em colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com as autoridades, os mais de 100 mil agentes penitenciários exercem um papel crucial na segurança pública, apesar de muitas vezes sua atuação ser despercebida ou subestimada.
Os organizadores do estudo indicaram que os resultados refletem os desafios enfrentados por esses profissionais, que lidam com um ambiente de trabalho de alta pressão, repleto de demandas emocionais e físicas. Apesar do cenário complicado, a pesquisa também revelou que 15,9% dos servidores afirmaram estar “muito satisfeitos” com suas funções, e 59,3% relataram satisfação com suas atividades. Por outro lado, mais da metade dos participantes (50,7%) sentiram que a sociedade raramente reconhece o valor do trabalho que realizam, enquanto 33% afirmaram que “nunca” se sentiram reconhecidos.
No que diz respeito à saúde física, os agentes também enfrentam variados problemas. Os dados indicam que 12,5% estão com obesidade, 18,1% têm hipertensão e 12,3% relatam doenças ortopédicas. Diante desse quadro, André Garcia, secretário nacional de Políticas Penais, ressaltou a urgência da necessidade de políticas de cuidado que atendam a esses servidores, que desempenham um papel fundamental na segurança pública e cujas necessidades foram muitas vezes negligenciadas.
Garcia afirmou que, após a análise desses dados, o compromisso do governo é de aprimorar as ações já iniciadas, ampliando o cuidado e garantindo que cada agente penitenciário tenha as condições necessárias para desempenhar sua função com dignidade e qualidade. Em consonância com essa visão, Sandro Abel Sousa Barradas, diretor de Políticas Penitenciárias, enfatizou a importância de implementar políticas que melhorem o bem-estar, a valorização e o desempenho dos profissionais que atuam em áreas tão desafiadoras.










