SAÚDE –

Cuidado com o álcool: especialista alerta sobre os riscos do consumo nas festas de fim de ano para a saúde e relacionamentos

O período de festas de fim de ano, marcado por celebrações e confraternizações, tende a impulsionar o consumo de bebidas alcoólicas. Este aumento no consumo gera alertas, principalmente no que diz respeito aos riscos à saúde física e mental, assim como aos danos às relações sociais. Segundo especialistas, o consumo de álcool, especialmente em festividades, pode trazer consequências severas, não apenas para os indivíduos, mas também para suas interações sociais.

A psiquiatra Alessandra Diehl, conselheira da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas, destaca que não existe um nível seguro de consumo de álcool. Documentos recentes da Organização Mundial da Saúde reforçam essa afirmação, sugerindo que qualquer quantidade de álcool consumida pode ser prejudicial à saúde. Durante as festas, os riscos aumentam, com casos frequentes de quedas e intoxicações, e uma preocupação especial com a supervisão inadequada de crianças em ambientes onde os adultos estão consumindo álcool.

A médica também observa um aumento nos episódios de agressividade entre os adultos, além dos perigos que surgem com a combinação de álcool e medicamentos. Essa perda de juízo crítico pode levar a situações de risco, como dirigir alcoolizado e ampliação de conflitos familiares. Para aqueles que já enfrentam dificuldades com o consumo de álcool, o final do ano representa um período particularmente delicado, onde a pressão social e a glamourização da bebida podem levar a recaídas.

Além disso, a psiquiatra salienta que muitas pessoas utilizam o álcool como uma forma de anestesiar emoções negativas, como tristeza e ansiedade, problemas que tendem a ser exacerbados em datas festivas.

Outro ponto de preocupação é o aumento no consumo de álcool entre adolescentes. Recentes levantamentos acadêmicos revelaram que, enquanto o consumo regular de álcool entre adultos diminuiu, a maior ingestão entre jovens é alarmante. A proporção de adolescentes que consomem álcool em excesso cresceu de 28,8% para 34,4% em uma década. Diehl alerta que não existe justificativa para “beber com moderação” nessa faixa etária, uma vez que seus cérebros ainda estão em desenvolvimento.

Ela critica a postura de algumas famílias que permitem ou incentivam o consumo de bebidas em casa, enfatizando que a verdadeira prevenção exige uma presença ativa da família e mensagens claras de que o álcool não deve ser o foco das celebrações. Portanto, em vez de normalizar o consumo, é crucial criar um ambiente saudável onde a bebida não tenha papel central.

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