SAÚDE – Crescimento de Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave Aumenta em Vários Estados, Com Influenza A e Covid-19 em Destaque, Alerta Fiocruz.

Na última atualização divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o boletim InfoGripe traz alarmantes dados sobre o aumento das hospitalizações devido à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em várias regiões do Brasil, especialmente no Distrito Federal e em Goiás. A análise aponta um crescimento significativo nos casos relacionados à influenza A e à Covid-19, evidenciando uma preocupação crescente entre os especialistas em saúde pública.

O fenômeno do aumento das hospitalizações por SRAG se estende a oito estados, incluindo Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará e Piauí. Este cenário indica uma segunda onda de crescimento da influenza A, algo considerado atípico por pesquisadores devido ao seu comportamento inesperado em relação a outros períodos sazonais.

A pesquisadora Tatiana Portella, participante do Programa de Computação Científica da Fiocruz e responsável pelo boletim, destaca que o rinovírus tem desempenhado um papel crucial no crescimento de casos em estados como Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e Espírito Santo, afetando principalmente crianças e adolescentes. Além disso, no Amazonas, o vírus sincicial respiratório (VSR) tem sido um dos principais agentes responsáveis pelo aumento das hospitalizações em crianças menores de dois anos, embora haja indícios de desaceleração neste crescimento.

No contexto da Covid-19, observou-se um aumento notável nos casos de SRAG, particularmente no Distrito Federal, em Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo. A combinação da Covid-19 com a influenza A tem contribuído para o crescimento do número de casos em praticamente todas as faixas etárias a partir dos dois anos. Embora haja um leve aumento nas notificações de SRAG relacionadas à Covid-19 em estados como Mato Grosso do Sul e Bahia, os pesquisadores garantem que isso não tem se refletido em um impacto significativo nas hospitalizações.

Analisando o ano epidemiológico atual, foram registrados 180.830 casos de SRAG, com 53% apresentando resultado positivo para algum vírus respiratório. Dentre os casos positivos, 23,6% são atribuídos à influenza A, 1,1% à influenza B, 43,1% ao VSR, 26,9% ao rinovírus e 7,6% à Sars-CoV-2. Durante as últimas quatro semanas, a prevalência foi de 13,6% para influenza A, 1,8% para influenza B, 15,1% para VSR, 44,5% para rinovírus e 17,7% para a Covid-19, revelando um panorama preocupante da saúde respiratória no país.

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