Além da COVID-19, o estudo da Fiocruz também identificou um aumento nas internações por influenza A entre idosos em alguns estados das regiões Sul e Sudeste. No entanto, em outras partes do Centro-Sul, houve sinais de interrupção desse crescimento. O boletim, que se refere à Semana Epidemiológica 30 (de 21 a 27 de julho), baseia-se em dados coletados até o dia 27 de julho no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).
Em relação ao vírus sincicial respiratório (VSR), observou-se uma estabilização ou queda no número de internações em crianças de até 2 anos em várias regiões do país. Contudo, os estados de Santa Catarina e Roraima ainda mostram indícios de aumento. Já na Bahia e Piauí, o crescimento de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) parece estar principalmente relacionado ao aumento das internações por rinovírus entre crianças e adolescentes. No cenário geral do país, o InfoGripe indica uma tendência de queda tanto no curto quanto no longo prazo, devido à diminuição ou interrupção no crescimento da SRAG por VSR e influenza A em muitos estados, embora persistam aumentos em outras regiões. O VSR ainda é a principal causa de internação e óbitos em crianças de até 2 anos, mesmo com a queda registrada nas últimas semanas.
O boletim também destaca a mortalidade similar da SRAG nas últimas oito semanas entre crianças pequenas e idosos, sendo que as mortes em idosos estão frequentemente associadas ao vírus da gripe, influenza A e COVID-19. Atualmente, três das 27 unidades federativas, Bahia, Piauí e Roraima, apresentam crescimento na tendência de longo prazo de SRAG. Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz, observou que o aumento das internações por influenza A entre os idosos se mantém em alguns estados do Sul e Sudeste, mas mostra sinais de interrupção em outras regiões do Centro-Sul.
Nas capitais, Salvador, Teresina, Vitória e Florianópolis registraram um aumento nos casos de SRAG. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 21,9% para influenza A; 1,1% para influenza B; 33,1% para VSR; e 11,7% para Sars-CoV-2. Em relação aos óbitos, a prevalência foi de 38,6% para influenza A; 1,7% para influenza B; 13,3% para VSR; e 27,8% para Sars-CoV-2.
Para o ano epidemiológico de 2024, já foram notificados 104.734 casos de SRAG, dos quais 51.108 (48,8%) tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório e 40.247 (38,4%) negativos. Atualmente, 7.555 casos aguardam resultado laboratorial. Entre os casos positivos deste ano, 19,3% são de influenza A; 0,5% de influenza B; 44,4% de VSR; e 18,1% de Sars-CoV-2.