Com o início do ano letivo, essa iniciativa é especialmente direcionada a familiares e educadores, oferecendo diretrizes práticas que podem promover um ambiente seguro e saudável para o desenvolvimento da visão das crianças. A cartilha é dividida em seis seções, que abordam desde o desenvolvimento visual infantil até a importância dos exames oftalmológicos regulares.
Entre os tópicos relevantes, destacam-se os cuidados necessários em casos de condições oculares comuns, como a conjuntivite viral, que se manifesta por vermelhidão, coceira e secreção nos olhos. A recomendação é o uso de compressas frias e uma rigorosa higiene ocular, evitando o compartilhamento de objetos pessoais. Já em relação ao terçol, que é uma inflamação nas pálpebras, sugere-se a aplicação de compressas mornas.
A obstrução do canal lacrimal, que é mais frequente em bebês, também é discutida na cartilha. Para esse problema, massagens suaves na região dos olhos podem ser eficazes, mas em casos que não se resolvem após o primeiro ano de vida, é importante buscar orientação médica.
Outro ponto destacado é o impacto negativo do uso excessivo de telas na saúde ocular das crianças. A cartilha recomenda que crianças menores de dois anos evitem a exposição a dispositivos eletrônicos, enquanto adolescentes devem limitar o uso a, no máximo, três horas diárias. A “regra 20-20-20” é um conselho prático sugerido para reduzir o esforço visual: após 20 minutos de uso de tela, a criança deve olhar para um objeto a seis metros de distância por 20 segundos.
Além disso, são fornecidas orientações sobre prevenção de acidentes domésticos, incluindo o uso de óculos de proteção e o armazenamento seguro de produtos químicos e objetos cortantes.
Com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cartilha alerta que a maioria dos casos de cegueira infantil pode ser prevenida por meio do diagnóstico precoce. O CBO ressalta que problemas de refração, como miopia e astigmatismo, são prevalentes na infância, afetando uma porcentagem significativa de crianças.
Infelizmente, muitos problemas oculares não apresentam sintomas imediatos, o que torna vital que pais e educadores estejam atentos a sinais como dificuldades para enxergar ao longe ou a necessidade de se aproximar de livros e telas. Alguns marcos visuais são também destacados como fundamentais para a identificação de possíveis problemas oculares, como a capacidade do bebê de fixar o olhar e acompanhar objetos. Portanto, exames oftalmológicos regulares são essenciais, devendo ser realizados durante a infância, especialmente entre os 6 e 12 meses e entre os 3 e 5 anos.
Assim, a cartilha “Saúde Ocular na Infância” se posiciona como um importante recurso para garantir que as crianças tenham um desenvolvimento visual saudável e previnam problemas que podem afetar sua qualidade de vida.