A crescente popularidade do procedimento ganhou destaque na mídia social, especialmente após figuras públicas, como influenciadoras digitais, compartilharem suas experiências. No entanto, a CBO esclarece que a ceratopigmentação não é uma solução segura para olhos saudáveis, reiterando que a técnica só deveria ser aplicada em casos de pacientes com cegueira permanente ou baixíssima visão, e sempre sob protocolos clínicos rigorosos.
Os riscos envolvidos na ceratopigmentação são alarmantes e vão desde infecções e inflamações até a possibilitação de grave perda visual. A cirurgia, que é marcada pela inserção de micropigmentos nas camadas internas da córnea, pode levar a lesões permanentes, perfuração do olho e aumento da pressão intraocular, comprometendo a visão do paciente tanto na periferia quanto no centro de seu campo visual.
Além disso, relatos de pessoas que se submeteram ao procedimento indicam uma variedade de desconfortos visuais, como dor, ardência, sensibilidade excessiva à luz e lacrimejamento persistente. Todas essas condições podem culminar em um quadro de redução acentuada da visão ou até mesmo em cegueira.
O objetivo original da ceratopigmentação é a correção de deformidades oculares em indivíduos que já sofreram com condições severas, como manchas brancas na córnea, sendo considerada uma cirurgia reparadora. Na maioria dos casos, a abordagem estética não é indicada, visto que existem alternativas menos invasivas, como o uso de lentes de contato coloridas.
Diante do cenário atual, a CBO e a Sociedade Brasileira de Córnea enfatizam que intervenções oculares devem ser sempre realizadas com orientação profissional. Procedimentos invasivos, como a ceratopigmentação, não podem ser encarados como opções estéticas triviais. Portanto, a avaliação cuidadosa por um oftalmologista é imprescindível, garantindo que qualquer intervenção realizada atenda ao bem-estar do paciente e respeite os limites da saúde ocular.
