Para enfrentar a crescente crise de intoxicação, a Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) elaborou um protocolo inovador para a detecção de metanol e a identificação de fraudes em bebidas alcoólicas. Essa nova abordagem visa acelerar o processo de análise, permitindo que as equipes de perícia examinem menos amostras de um determinado lote para determinar sua segurança. A eficácia desse protocolo foi evidenciada logo no seu início, com aproximadamente 600 garrafas sendo interditadas em dois estabelecimentos na região do ABC. As garrafas apreendidas não são retiradas da responsabilidade dos comerciantes, que devem mantê-las até que sejam liberadas ou até que a fraude seja confirmada.
As garrafas interceptadas serão encaminhadas ao Núcleo de Documentoscopia, onde especialistas analisarão lacres, selos, embalagens e rótulos em busca de indícios de falsificação. Posteriormente, as amostras serão enviadas ao Núcleo de Química, onde análises poderão ser realizadas em garrafas fechadas, permitindo a identificação da presença de metanol e outros contaminantes. Esse processo, já validado em 30 casos, promete avaliações iniciais rápidas, com a verificação da presença de substâncias nocivas em apenas um dia.
Karin Kawakami, perita da SPTC, destacou que não apenas a presença de metanol é analisada, mas também se a bebida é genuína, evitando que produtos adulterados cheguem ao consumidor.
Visando a prevenção e a proteção da população, a cidade de São Paulo lançou um canal de denúncias, o SP156, para facilitar o acesso dos cidadãos a informações e para registrar denúncias de produtos suspeitos. A medida é uma resposta ao aumento significativo de casos de intoxicação na cidade, que até o momento contabiliza três mortes relacionadas ao metanol. A população pode registrar queixas pelo portal ou pelo telefone 156, contribuindo para o fortalecimento das ações de controle e combate à venda de bebidas adulteradas.