Uma importante medida adotada pelo Ministério da Saúde entre 2018 e 2020 foi a ampliação temporária da imunização contra a hepatitis A para grupos específicos, como gays, homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e pessoas trans. Essa estratégia foi adotada devido ao cenário epidemiológico da época. A prefeitura de São Paulo informou que a imunização continuou até abril de 2023, utilizando doses remanescentes.
Após a campanha temporária, as doses passaram a ser enviadas para os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) do governo do estado. No entanto, a prefeitura ressaltou que não foi possível seguir com a estratégia anterior devido a essa mudança. O Ministério da Saúde confirmou que a oferta da vacina para grupos específicos é garantida pelos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais, abrangendo pessoas com hepatites crônicas, fibroses císticas, HIV/Aids e Trissomia.
O ministério também lançou a 6ª edição do Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais em setembro de 2023, visando normatizar as diretrizes e procedimentos relacionados aos imunobiológicos especiais.
A vacina contra a hepatite A inativada (HA) é considerada altamente eficaz e de baixa reatogenicidade, com taxas de soroconversão de 94% a 100%. A proteção é duradoura após a aplicação de duas doses. A vacina está disponível no calendário básico de vacinação para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos, sendo administrada em dose única.
A hepatite A é uma infecção causada pelo vírus A (HAV) da hepatite e é conhecida como hepatite infecciosa. A transmissão ocorre principalmente pelo contato de fezes com a boca, estando relacionada a alimentos e água inseguros, baixos níveis de saneamento básico e higiene pessoal. Além disso, o contato pessoal próximo e o contato sexual, especialmente entre homens que fazem sexo com homens, também podem resultar na exposição ao vírus.
Não há um tratamento específico para a hepatite A, mas é importante evitar a automedicação, pois o uso de medicamentos desnecessários ou tóxicos para o fígado pode piorar o quadro.
Medidas de prevenção incluem a lavagem das mãos, o consumo de alimentos lavados adequadamente, a cocção completa dos alimentos, a adequada higienização de utensílios e o uso de instalações sanitárias. Em creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, é necessário adotar medidas rigorosas de higiene, como a desinfecção de objetos e superfícies. Além disso, é recomendado evitar banhos ou brincadeiras em locais com água contaminada, construir fossas distantes de poços e nascentes de rios, e usar preservativos e higienização adequada antes e após as relações sexuais.