Dados recentes do Ministério da Previdência Social revelam uma realidade preocupante. Em 2023, foram concedidos 27.477 benefícios acidentários por incapacidade temporária e permanente, envolvendo uma série de lesões como fraturas, amputações, ferimentos, traumatismos superficiais, lesões por esmagamento e trauma de nervos – todos relacionados às mãos e aos punhos. Esse número representa um aumento de 8,4% em comparação com o ano anterior, o que acende um alerta sobre a necessidade de intensificar as medidas de prevenção e segurança.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão, Antonio Carlos da Costa, destaca a importância das mãos em praticamente todas as atividades humanas. “A cabeça pensa e a mão executa”, diz Costa, ressaltando que as mãos estão sempre na linha de frente, seja em atividades laborais ou em situações de proteção pessoal. Ele lembra que a falta de equipamentos adequados, o desrespeito às normas de segurança e a ausência de proteção no manuseio de máquinas são fatores que contribuem para a alta incidência de acidentes graves com lesões que podem ser desde cortes e fraturas até amputações.
Costa sublinha que os acidentes de trabalho envolvendo as mãos podem levar a limitações significativas, podendo resultar em lesões irreversíveis e incapacitantes. Daí a importância do uso constante de luvas e outros equipamentos de proteção individual (EPIs). “Há uma tendência de diminuição nos últimos anos, graças às máquinas mais protegidas e equipadas com dispositivos que reconhecem a presença das mãos em áreas inseguras e interrompem a operação da máquina”, comenta o médico, enfatizando avanços na tecnologia de segurança.
Apesar de uma legislação cada vez mais rígida e do aumento do uso de EPIs, ainda há muitos trabalhadores expostos a riscos. Segundo Costa, é crucial que os funcionários estejam sempre atentos, pois a perda momentânea de concentração pode ter consequências desastrosas. “Os acidentes ocorrem em frações de segundo, mas as consequências podem durar a vida toda”, adverte.
Em caso de acidente, a aplicação de primeiros socorros de forma rápida e correta é vital. Para cortes, o especialista recomenda não retirar objetos cravados, elevar o membro para reduzir o sangramento e usar gaze para conter o fluxo de sangue. Fraturas devem ser alinhadas e imobilizadas, e, em situações de esmagamento, é preciso lavar a área com água corrente e cobrir com panos limpos. Nos casos de amputação, compressas limpas devem ser aplicadas no local da amputação, e o membro amputado deve ser envolvido em gaze estéril, colocado em um saco plástico e depois em um recipiente com água e gelo antes de seguir rapidamente para um hospital.
A conscientização e a adoção de medidas preventivas, juntamente com a rápida resposta em caso de acidentes, são essenciais para reduzir a incidência de lesões nas mãos e garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores.
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