A posição do Brasil é clara: embora esteja apto a promover a erradicação do uso de amálgamas dentários, a transição deve ser feita de maneira gradual e segura. O objetivo é garantir que a população continue tendo acesso aos tratamentos odontológicos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), sem que essa mudança comprometa a qualidade dos serviços prestados.
Edson Hilan, coordenador-geral de Saúde Bucal do Ministério, ressalta que essa abordagem enfatiza não apenas a saúde dos indivíduos, mas também a proteção do meio ambiente. Ele menciona que o Brasil busca cumprir as metas estabelecidas pela Convenção de Minamata, que foi criada para reduzir os impactos do mercúrio na saúde humana e no ecossistema. Hilan ainda salientou a importância de incentivar práticas restauradoras que priorizem o princípio da mínima intervenção.
Desde 2017, o Brasil tem adotado exclusivamente amálgama encapsulado, uma alternativa que assegura um manuseio mais seguro e minimiza a exposição ao mercúrio, tanto no ambiente de trabalho quanto na comunidade. Essa mudança foi um passo significativo para reduzir os riscos associados ao uso do mercúrio em odontologia.
Além disso, entre os anos de 2019 e 2024, houve uma expressiva queda no uso de amálgama no país, passando de aproximadamente 5% para 2% dos procedimentos odontológicos restauradores. Esse resultado é reflexo da crescente substituição do material por alternativas mais seguras, como resinas compostas e ionômero de vidro. Com isso, o projeto de transição do Brasil se mostra promissor, alinhando-se às diretrizes internacionais e respondendo à necessidade de avançar rumo a uma odontologia mais responsável e sustentável.









