SAÚDE – Brasil Registra Mais de 45 Mil Internações por Envenenamento em 10 Anos, Destacando Problemas em Emergências e Maior Risco para Jovens e Crianças

Nos últimos dez anos, o Brasil enfrentou uma preocupante cifra de 45.511 atendimentos emergenciais relacionados a casos de envenenamento, que resultaram em internações na rede pública de saúde. Os números foram revelados pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) em um recente estudo que destaca a gravidade da situação.

Dentre esses atendimentos, 3.461 internações foram fruto de intoxicações intencionais, ocorrendo em sua maioria através de atos causados por terceiros. A média anual de 4.551 casos indica que, em média, 379 registros são reportados a cada mês, isto é, cerca de 12,6 ocorrências por dia. Isso significa que a cada duas horas, uma pessoa busca atendimento emergencial devido à ingestão de substâncias tóxicas. Essa realidade alerta sobre a urgência de medidas que previnam tais situações.

Além de urgências, o estudo também identificou as substâncias mais implicadas nas internações. O levantamento revela que drogas, medicamentos e produtos químicos não especificados são responsáveis por um grande número de envenenamentos, com 6.407 e 6.556 casos, respectivamente. Os principais causadores de envenenamentos acidentais incluem analgésicos e pesticidas, que somam 2.225 e 1.830 registros.

A distribuição geográfica dos casos apresenta um cenário alarmante: o Sudeste do Brasil é responsável por quase metade das ocorrências, com mais de 19 mil registros. Somente o estado de São Paulo contabilizou 10.161 casos nesse período. O Sul ocupa o segundo lugar, enquanto o Nordeste e o Centro-Oeste também apresentam números significativos. A região Norte, apesar de registrar menos casos, não fica imune ao problema.

Ao analisarmos as internações por envenenamento intencional, novamente o Sudeste se destaca, com a maioria dos casos. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Pará aparecem como os mais afetados. O perfil das vítimas é predominantemente masculino, com uma preponderância entre homens e adultos jovens de 20 a 29 anos, além de um número alarmante de casos entre crianças de 1 a 4 anos.

Recentemente, casos de envenenamento chocaram o país, como o ocorrido em Torres (RS), onde três membros de uma família faleceram após ingerirem um bolo contaminado. Outros incidentes, incluindo refeições adulteradas e produtos alimentícios contaminados, sublinham a necessidade de uma maior regulamentação e fiscalização na venda e distribuição de substâncias potencialmente perigosas.

Este cenário exige uma reflexão profunda sobre a segurança, a educação sobre o manejo de substâncias tóxicas e a necessidade de intervenções imediatas para reduzir as ocorrências de envenenamento no Brasil.

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