SAÚDE – Brasil registra 37 casos de sarampo, mas mantém certificado de país livre da doença com foco em vacinação e monitoramento de casos importados.

Em 2023, o Brasil registrou um total de 37 casos confirmados de sarampo, com os mais recentes surgindo em Primavera do Leste, no estado de Mato Grosso. Apesar desse aumento, o país continua a ostentar o certificado de eliminação da doença, uma vez que a maioria dos casos relatados se origina de infecções importadas, e não houve circulação do vírus em nível endêmico dentro das fronteiras nacionais.

Os 37 registros foram distribuídos por sete estados, sendo um deles no Distrito Federal, dois no Rio de Janeiro, um em São Paulo, um no Rio Grande do Sul, 25 no Tocantins, um no Maranhão e seis em Mato Grosso. Os principais focos de infecção foram em Campos Lindos, no Tocantins, e em Primavera do Leste, ambos iniciados pelo retorno de viajantes que contraíram o vírus na Bolívia, país que enfrenta surtos da doença.

O Ministério da Saúde já está atuando para conter a disseminação do vírus, em colaboração com as secretarias estaduais e municipais. A resposta inclui vigilância ativa das pessoas infectadas e de seus contatos, além de campanhas de vacinação para impedir a propagação do sarampo. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, enfatiza que a vacinação é a principal ferramenta de prevenção. Ele destaca que a vacina está disponível, de forma gratuita, para a população na faixa etária de 12 meses a 59 anos.

No ano anterior, a cobertura vacinal alcançou 95% na primeira dose, mas a adesão foi menor na segunda dose, com apenas 80,43% do público-alvo sendo vacinado. Neste ano, os números disponíveis apontam para 91,51% de cobertura na primeira dose e 75,53% na segunda, evidenciando a necessidade de intensificar os esforços de imunização.

A vacina contra o sarampo é parte do calendário básico de vacinação infantil do Sistema Único de Saúde (SUS). A primeira dose deve ser administrada aos 12 meses, utilizando o imunizante tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola. A segunda dose é recomendada aos 15 meses, com a tetraviral, adicionando ainda a proteção contra a varicela, a infecção que provoca catapora.

Recentemente, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) reconheceu as iniciativas do Brasil para manter o certificado de eliminação do sarampo, elogiando o avanço da vacinação e as respostas rápidas aos casos importados. Contudo, a Opas também anunciou a revogação do certificado de eliminação do sarampo para o continente americano, devido à circulação do vírus, identificada no Canadá por mais de 12 meses. Ao todo, as Américas registraram até novembro de 2023, 12.596 casos confirmados de sarampo.

Diante desse cenário, a Opas recomendou que todos os países do continente intensifiquem suas atividades de resposta a casos suspeitos e reforcem as campanhas de vacinação, especialmente nas áreas de fronteira. O Brasil tem tomado providências para fortalecer esse cinturão vacinal, particularmente na divisa com a Bolívia. Entre julho e outubro, foram aplicadas cerca de 126 mil doses nos estados da região Norte e Centro-Oeste, e 640 mil doses também foram doadas ao país vizinho. Com a COP 30 atraindo um grande fluxo de pessoas ao Pará, as autoridades locais intensificaram ainda mais as ações de vacinação, contabilizando cerca de 351 mil doses até o momento.

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