O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, destacou que a eliminação de uma doença como a filariose é resultado de um grande esforço, especialmente devido à relação existente entre algumas doenças e a pobreza. Essa relação cria um ciclo vicioso, pois os mais pobres são os mais afetados e, quando adoecem, acabam enfrentando ainda mais dificuldades financeiras. Jarbas ressaltou a importância de priorizar a eliminação de doenças passíveis de erradicação, não apenas por questões de saúde pública, mas também por questões éticas e morais.
Durante o evento, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfatizou que doenças como a filariose linfática refletem as desigualdades sociais e reforçam as condições de pobreza. Ela apontou que a eliminação dessa doença é um marco significativo para resgatar uma dívida histórica relacionada ao cuidado e à prevenção de enfermidades que afetam principalmente as populações mais vulneráveis.
A filariose linfática, causada pelo verme Wuchereria Bancrofti e transmitida pela picada de mosquitos infectados, apenas era endêmica na região metropolitana do Recife, com o último caso confirmado em 2017. Com a certificação do Brasil, o país se junta a outros 19 territórios também livres dessa doença, de acordo com a OMS.
A estratégia para a eliminação da filariose linfática envolve a administração de medicamentos preventivos em massa, com a meta global de eliminar pelo menos 20 doenças tropicais negligenciadas até 2030. A conquista do certificado de país livre da elefantíase representa não apenas um avanço na saúde pública, mas também um compromisso ético e moral em cuidar das populações mais vulneráveis.