O presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), José Eduardo Martinez, ressaltou que essa política oferece um modelo que pode ser implementado em todo o território nacional. Ele enfatizou que, apesar de não ser uma solução mágica para os desafios enfrentados pelos pacientes, representa um primeiro passo crucial para aprimorar o atendimento e acompanhamento do tratamento.
O coordenador da Comissão de Políticas Públicas da SBR, André Hayata, apontou que as discussões sobre essa política estavam em andamento há anos, mas foram interrompidas pela pandemia de Covid-19. As conversas foram retomadas em 2023 e, após amplas consultas a autoridades e associações de pacientes, a proposta foi delineada, englobando as necessidades de diversas populações, incluindo grupos vulneráveis.
A nova política pretende não apenas garantir acesso a tratamentos e medicamentos, mas também assegurar que os pacientes tenham um ritmo constante de atendimento especializado. Um dos desafios abordados foi a concentração de médicos reumatologistas nas capitais, criando uma lacuna no acesso para milícias e áreas afastadas. A implementação da telemedicina foi citada como uma solução prática para viabilizar esse atendimento, permitindo consultas remotas em regiões que carecem desses especialistas.
Com a formalização dessa política, espera-se que ela seja incorporada ao Ministério da Saúde, almejando uma implementação eficaz na saúde pública brasileira. Porém, desafios como o financiamento e a execução ainda precisam ser discutidos e superados. O Ministério confirmou que a nova política está em análise, ressaltando que já existem iniciativas voltadas ao cuidado de pessoas com doenças reumáticas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
As doenças reumáticas afetam cerca de 7% da população brasileira, revelando-se uma das principais causas de afastamento do trabalho. Com mais de 15 milhões de brasileiros diagnosticados, essas condições englobam uma variedade de enfermidades, como artrite reumatoide e lupus, que comprometem não apenas a mobilidade, mas também a qualidade de vida.
Testemunhos de pacientes como Antonieta Muniz, que enfrenta o lúpus há 43 anos, e Angélica Santos, que atravessou um longo caminho até seu diagnóstico, ilustram a complexidade e os desafios do tratamento dessas doenças. Seus relatos destacam a importância de um sistema de saúde que realmente escute e entenda as necessidades dos pacientes, reafirmando a relevância da nova política em busca de um cuidado mais integral e eficiente.