De acordo com dados consolidados, o Brasil já contabilizou 361 casos de meningite meningocócica neste ano, resultando em 61 mortes. A situação é alarmante, especialmente quando se considera o sorogrupo W, que, segundo especialistas, apresenta um aumento preocupante nos estados do Sul do país. A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Flávia Bravo, destaca que essa mudança no protocolo vacinal representa uma ampliação da proteção contra sorogrupos que são especialmente perigosos para as crianças.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) já disponibiliza a vacina ACWY nas unidades de saúde, porém a aplicação está restrita à faixa etária de 11 a 14 anos. Para os bebês, o esquema já inclui três doses da vacina meningocócica C, administradas aos 3 e 6 meses de idade, com um reforço aos 12 meses. A nova mudança se refere especificamente a este reforço.
É importante ressaltar que as crianças que já completaram o esquema vacinal com as três doses de meningocócica C não necessitam receber a nova vacina ACWY imediatamente. Entretanto, aquelas que não foram vacinadas até os 12 meses poderão completar o esquema com a nova vacina antes de completarem 5 anos.
O Ministério da Saúde, em uma nota técnica sobre essa atualização, enfatiza a eficácia e o impacto das vacinas no país, destacando a redução na incidência da meningite em vacinados e não vacinados. Contudo, a nota também ressalta que a ocorrência de meningites bacterianas continua sendo uma preocupação, especialmente as causadas pelos meningococos e pneumococos.
Essas medidas são parte de um esforço contínuo do Brasil para enfrentar a meningite, alinhando-se às Diretrizes globais da Organização Mundial da Saúde. Além da vacina ACWY, o SUS também oferece imunizações contra outros agentes infecciosos que podem provocar meningite, como o pneumococo e o Haemophilus influenzae. Essa mudança é, portanto, um passo importante na proteção da saúde infantil, visando prevenir adoecimentos severos e salvar vidas.